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O Brasil deve retaliar a Argentina?

Após as eleições do legislativo na Argentina, chegou a hora do Brasil jogar duro com o país vizinho.  O principal motivo deste novo cenário é a substituição dos produtos brasileiros pelos chineses.  Claramente, as exportações do nosso país perdeu força para os hermanos, e os produtos asiáticos inundaram aquele mercado.

Nos seis primeiros meses de 2009, estima-se que houve uma redução de 42,5% das vendas brasileiras para o principal parceiro do Mercosul, totalizando US$ 4,936 bilhões em vendas.  Uma queda expressiva.

Há muito tempo em que a Argentina vinha dando sinais de que haveria protecionismo contra os produtos brasileiros.  Entretanto, em nome das boas relações comerciais com os membros do cone-sul e com o deliberado interesse brasileiro em liderar politicamente a América Latina, muitos desses abusos foram tolerados pela diplomacia brasileira.  Mas parece que este jogo está para mudar.

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Produtos como automóveis, autopeças, laticínios e alimentos entrarão no sistema de licenciamento não-automático das importações originadas da Argentina.  Um retrocesso burocrático, mas uma necessidade no atual cenário. Esta talvez seja a única mensagem que a presidente daquele país consegue entender.

Para os importadores brasileiros, voltará uma nova exigência, a de autorizar o embarque com um pedido ao SECEX.  E este pedido pode levar até 60 dias para ser autorizado, conforme determina as regras da OMC. Na Argentina, este prazo não tem sido respeitado e as autorizações de embarque podem levar até 120 dias para serem deferidas.

Porém, apesar de o governo brasileiro estar respaldados pela OMC, 60 dias é muito tempo para um mercado tão dinâmico como o brasileiro.  É um tempo muito grande para as necessidades de nosso mercado, e teremos de suprir esta demanda com os produtores nacionais, que nem sempre tem a mesma qualidade ou o mesmo preço.

No fim das contas, quem pagará a ‘fatura’ desse jogo político será o consumidor brasileiro.  Ele terá de aceitar um prazo maior (e um custo maior) para ter o produto que precisa, ou então mudar de fornecedor, o que nem sempre é tão fácil.

Carlos Araújo

➡️ Autor do Livro Importação Sem Segredos, do Zero ao Seu Armazém
➡️ Empresário, despachante aduaneiro e especialista em importação empresarial.
➡️ São mais de 19 anos ajudando e inspirando pequenos e médios empresários, a importar de qualquer lugar do mundo para revender
➡️ Sua missão é simplificar os passos da importação empresarial, cortando os intermediários e aumentando os lucros
➡️ Criador da Mentoria Nos Bastidores da Importação, em que ajuda empresários a dar os primeiros passos na importação

Analista de Importação Profissional

4 comentários

  • Mudar não é fácil e acredito que nunca será de fato. Porém, se uma mudança leva a procurar novas fontes de comércio, isso é basicamente diversificar e pode ser muito produtivo.

    Não sei se é possível o que imaginei, mas o tempo que se leva para tirar um documento na Secex, também poderia ser empregado para buscar essa diversificação dando uma resposta a altura a estas novas diretrizes da economia argentina sobre o comércio com o Brasil.

    Isto me faz lembrar a frase: "Cada um por si e Deus por todos".

    Os hermanos levam isso muito a sério…o risco é ficar numa ilha!

  • Sempre os Argentinos………….. está na hora do Brasil mostrar quem manda no mercosul!!!!Chega de sermos os bonzinhos da história, que sempre abre mão para não ficar mal na fita.

  • Imagino que a retaliação, deve ser uma medida a ser tomada como ultima instancia, se houver tempo para os governos discutirem sobre o assunto, creio que ainda seja valido, pois somos vizinhos e a diplomacia sempre é importante e necessário, mas se não houver acordo interessante entre ambas as partes, o Brasil deve proteger a industria domestica com a retaliação.