O tecnólogo e o comércio exterior
A dinâmica econômica entre as várias nações do mundo nas últimas cinco décadas cresceu a taxas excepcionais. O comércio de bens e serviços expandiu-se em números superiores aos da produção, levando muitas nações ao novo mundo que emergiu neste período, com maior concentração a partir dos anos 90, com a inclusão do nosso país. Atualmente, somos um dos grandes expoentes desta nova realidade. Citado em um relatório da renomada consultoria internacional Goldman Sachs, ao lado da Rússia, Índia e China, como um dos quatro países que podem vir se tornar grandes potências econômicas, o Brasil tem mostrado todo o seu potencial no comércio exterior. Em 2008, as exportações brasileiras somaram US$ 197,942 bilhões, valor recorde histórico para o período, e as importações somaram US$ 173,197 bilhões. Apesar de o saldo comercial ter encerrado o ano 38,2% abaixo do registrado em 2007, a corrente de comércio, que é a soma das importações e exportações, alcançou recorde de US$ 371,139 bilhões, com um aumento de 32,0%, em valor, sobre o mesmo período anterior. Países com grandes correntes de comércio têm maior facilidade de enfrentar as possíveis crises externas. E isto se deve a fatores tecnológicos, sociais e culturais, além de políticas governamentais implementadas na última década. E neste novo cenário global surge uma nova profissão que desponta no sistema educacional brasileiro: a do Tecnólogo em Comércio Exterior. No Brasil, tecnólogo é o profissional de nível superior formado em um curso superior de tecnologia. Esta modalidade foi criada pela Lei 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação). Sua formação é mais curta, com duração média de dois ou três anos, permitindo a continuação dos estudos, como pós-graduação Lato Sensu (especialização) e Stricto Sensu (mestrado e doutorado). Não se trata de um profissional intermediário, mas de alguém capaz de atender a campos específicos no mercado de trabalho. O curso busca oferecer características diferenciadas de acordo com o perfil do profissional e do mercado. A estreita ligação dos cursos de tecnologia com as necessidades reais da sociedade podem oferecer uma excelente perspectiva de responder à demanda daquilo que é melhor para o crescimento do país. [epico_capture_sc id=”21329″] E a profissão de Tecnólogo em Comércio Exterior se encaixa perfeitamente nesta nova arquitetura. As áreas de atuação desta profissão são muitas, o que torna o mercado bastante amplo. Ela permite atuar no dia a dia das empresas de importação, exportação, bancos, consultorias e de despachos aduaneiros. Cuida e gerencia os trâmites das operações logísticas e tributária/fiscal. Além de empresas privadas, o tecnólogo em comércio exterior está apto a seguir a carreira pública, como analista ou auditor da Receita Federal do Brasil, ou em organismos nacionais e internacionais ligados à atividade de exportação e importação. No passado, a formação deste profissional era dada pelos cursos de bacharel em administração. Esta modalidade se mostrou inadequada às reais necessidades do mercado, uma vez que muitas matérias específicas eram lecionadas apenas no final do curso, formando profissionais generalistas com pouca experiência acadêmica e prática naquilo de que o mercado precisava. Já os cursos superiores em tecnologia de comércio exterior são concebidos para atender às reais necessidades do mundo internacional. Sua grade curricular tem foco nas operações envolvendo intercâmbio de bens e serviços, práticas comerciais e aduaneiras, métodos quantitativos, práticas jurídicas, sociais e econômicas, além de soluções logísticas. Não resta dúvida de que se trata de uma formação perfeitamente adequada às novas necessidades deste cenário global, o qual muitas multinacionais verde-amarelas já dominam o mundo. * Publicado no Jornal A Tribuna/ES, em 13/06/2009, p.21