O Brasil não sabe aproveitar o potencial exportador de frutas que possui

O Brasil é um grande produtor de frutas, dado ao seu clima e localização privilegiada para com os grandes mercados.  Entretanto, se comparado com o nosso pequeno vizinho, o Chile, estas vantagens podem ser diminuídas por problemas logísticos e operacionais. Dados de institutos especializados no setor indicam que o Brasil exportou apenas US$ 800 milhões no ano de 2008, enquanto o Chile, com uma área quase dez vezes menor, exporta valor superior a 2 bilhões de dólares/ano. E os motivos para este pífio resultado são vários, como fatores de produção, comercialização, marketing, estrutura logística e ineficiência operacional das nossas aduanas e outras agências fiscalizadoras do setor. Já discutimos aqui que o comércio exterior brasileiro não deslancha, em parte, pelo excesso de zelo e burocracia dos órgãos fiscalizadores, além da falta de agentes para fazer o seu trabalho, segundo o ranking de logística elaborado pelo Banco Mundial. E é exatamente esta ineficiência operacional por parte das agências fiscalizadoras que preocupa os exportadores de furtas do nordeste. Segundo informações da Câmara Setorial da Frutas do Ceará, a falta de fiscais agropecuários para liberar o desembaraço aduaneiro das frutas no Porto de Pecém/CE, torna lento todo processo logístico. [epico_capture_sc id=”21731″] Para um segmento que pode dobrar a sua participação nas exportações, deixar de embarcar mercadorias por falta de fiscais é o fim da picada.  Naquele porto, as exportações de frutas cresceram 600% nos últimos seis anos, e o número de fiscais agropecuários caiu, passando de 12 para 4. Um país sério não pode conviver com este tipo de atitude. Pecém é o principal local de embarque de frutas no Brasil.  Em 2009, embarcaram por lá 261.228 toneladas de frutas, com uma participação de 37% de tudo que é exportado no Brasil.  Para se ter idéia da importância daquele porto, Santos ficou em segundo lugar com 90.558 toneladas, participação quase três vezes menor. Será que não está na hora de revermos nossas estratégias exportadoras com pecuária, carne, açúcar, etanol e soja, e direcionarmos esforços, também, para a fruticultura do país?