O Superporto do Eike Batista: Um vizinho que vai incomodar os capixabas.
A melhor afirmação para o Completo logístico e industrial de Açu, mais conhecido como Superporto do Açu, é de o vizinho que vai Incomodar. Os números não me deixam mentir. Construído em São João da Barra, Região Norte do Estado do Rio de Janeiro, o Superporto do Açu já pode ser considerado um dos maiores investimentos do Brasil em terminais marítimos privados. A obra foi iniciada em 2007, e já começará a operar em 2012. O projeto inicial era de estímulo para a instalação de novos projetos para a exportação fluminenses, mas o empreendimento logístico já possui 32 empresas capixabas, principalmente do setor de granito, interessadas em se instalar lá. O grande receio de políticos e empresários do setor portuário do Espírito Santo, que recentemente estiveram em visita naquele local, é que a eficiência do porto do Eike leve boa parte das empresas de rochas ornamentais para operar por lá. Aliado a isto, a falta de eficiência dos portos capixabas pode contribuir para esta migração, e a Prefeitura de Vila Velha é uma das que mais sentirá na pele. O Superporto de Açu possui estrutura operacional, retroárea barata, segurança jurídica, empresas interessadas em investir no projeto, além do benefício fiscal dado pelo Estado do Rio de Janeiro que cobra apenas 2% de ICMS, enquanto as empresas fundapenas cobram o dobro disto. Além das empresas de rochas, outro setor que pode ser duramente afetado é o ligado à indústria do petróleo no ES. O segmento de suprimento das plataformas de petróleo também está recebendo investimentos naquele porto, e conta com a vantagem de estar ao lado de Campos, o grande mercado consumidor. Um porto que em apenas 5 anos (do início da obra até as primeiras operações) vai oferecer estrutura logística para petróleo das bacias de Campos, Santos, Espírito Santo, com fácil acesso para as regiões mais desenvolvidas no Brasil, certamente é de incomodar e muito. Açu vai ser o maior centro logístico das Regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. [epico_capture_sc id=”21731″] E o Espírito Santo, como vai ficar? Olhando os demais fazerem o dever de casa e ele ser o último da classe? No meio empresarial e político reclama-se da falta de planejamento estratégico. Todos sabem que não há áreas para o desenvolvimento de pólos logísticos e nada foi feito pelos governos Estadual e Federal. O PAC sempre foi uma realidade distante dos capixabas. Veja o Aeroporto de Vitória que está longe de ser entregue, apesar de ser uma promessa do presidente Lula. O Superporto de Açu não é uma ilusão de ótica ou uma boa conversa política. É uma realidade, que com o investimento do capital privado transformou a pequena cidade do Estado do Rio de Janeiro, que vivia do turismo e das suas belas praias, mas sempre dependeu de Campos para as áreas de saúde e educação. Esta é uma boa lição para o Espírito Santo. Ah! E quem duvidar de Açu vai quebrar a cara. Estas não são minhas palavras, são do prefeito de Vila Velha, Neucimar Fraga.