Cabotagem, o paradigma da adaptação ao modal
Se for válida a afirmação que no transporte rodoviário o transportador se adapta às exigências do embarcador, o mesmo não pode ser dito do transporte conteinerizado de cabotagem. E por que isso? O transporte rodoviário tem a característica de maior flexibilidade e dinamismo. A concorrência se dá entre um grande número de transportadores. Já a cabotagem requer um maior planejamento. A frequência de suas escalas são, via de regra, semanais nos portos de escolha. Há uma série de processos a serem cumpridos, seja por parte do embarcador, seja do armador e do terminal portuário a fim de cumprir o embarque previsto. É fundamental que haja planejamento e disciplina no processo, pois isso dá maior confiabilidade ao modal e melhora a pontualidade das escalas. Os principais itens, no processo de cabotagem do embarcador, do armador ou ainda do terminal portuário são: Embarcador Pedido de cotação; Reserva de espaço no navio: previsão de disponibilidade do contêiner vazio; Liberação do contêiner vazio: sua disponibilidade e agilidade na liberação; Estufagem na fábrica/armazém; Documentos corretos: nota fiscal, destino, recebedor da carga; Transporte e entrega no porto – filas, greves, cumprimento de prazos para carga e documentos. [epico_capture_sc id=”21683″] Armador e terminal portuário Resposta da cotação e confirmação da reserva ou booking; Planejamento da operação: sequenciamento no pátio, plano de carga, prazos do terminal marítimo; Processo documental e legal: emissão CTe, Siscarga entre outros. Os benefícios do uso da Cabotagem são muitos, começando por economia, sustentabilidade energética, ambiental e social além da segurança e redução de perdas e avarias. Significa entrar numa nova rotina e trabalhar o estoque em trânsito considerando o tempo de viagem do navio incluído o tempo necessário para a carga chegar até o porto de embarque e ao cliente final após a descarga no porto de destino. O esforço vale a pena, principalmente nas longas distâncias em que, por força de legislação e custos, o transporte rodoviário se tornará mais oneroso e terá aumentados os prazos de entrega.
Sobre-estadia: 6 considerações para evitar este custo na importação
Que se pronuncie o importador que inclui no custo da importação a eventual sobre-estadia, ou demurrage de contêiner. Não é incomum a incidência de demurrage de importação. Por isso, considere: Negociar o prazo livre junto com o frete de importação. Conhecer os valores diários cobrados após o prazo livre. US$ 100 a menos na tarifa podem ser consumidos em dois dias a mais de demurrage por contêiner. Acompanhar o processo de importação desde a origem e ter os documentos e processo em ordem para agilizar a nacionalização. Fazer uma inspeção da condição externa do contêiner antes de tirá-lo do terminal portuário. Devolver o contêiner limpo de resíduos e no local indicado pelo armador. Manter seus registros e documentos da devolução. [epico_capture_sc id=”21683″] Dependendo do tráfego de origem, os prazos livres podem variar significativamente . Entenda-se por prazo livre o tempo em dias e sem custo de sobre-estadia, para que a unidade seja devolvida ao local indicado como depósito de contêineres vazios do armador. Na maioria das vezes são as práticas concorrenciais que definem o tempo livre e também o valor da diária cobrada após o vencimento do prazo livre estabelecido. Os prazos livres mais generosos estão no tráfego da Ásia, de onde vêm os maiores volumes de importação e onde ficam entre 25 e 30 dias, a partir da descarga. [epico_capture_sc id=”21329″] Para outras origens, como Europa e América do Norte, os prazos médios negociados tendem a ficar por volta de 15 dias. E, quando os prazos livres de demurrage não são incluídos na ocasião da negociação do frete marítimo de importação, a tabela padrão do armador será aplicada no destino. Neste caso, os prazos livres de custo vão ficar por volta de 7 a 10 dias para a carga seca e entre 2 a 5 dias para a carga refrigerada. Em torno de 90% da importação conteinerizada no Brasil, é acomodada em contêiner dry(para carga seca) e os restantes 10% são efetivamente usados para produtos mantidos sob refrigeração. As diárias são estabelecidas, normalmente, em US$ nos tráfegos internacionais. Para alguns armadores, as tarifas são maiores à medida que o contêiner fica maior tempo com o importador. Nesses casos a tarifa pode duplicar seu valor diário a partir da terceira semana após o prazo livre. Os valores diários começam ao redor de US$ 30 a US$ 60 o contêiner de 20 pés e 40 pés, respectivamente, para a carga seca. Na cabotagem as tarifas diárias são estabelecidas na moeda local, em reais, e esses valores refletem a conversão dos valores indicativos do transporte de longo curso. Como o trâmite de liberação da carga após a descarga no porto de destino é bem menos burocrática, os prazos livres também não variam tanto. Não negociar na hora da contratação do frete, significa abrir mão da margem, acrescentar custo à importação. Além disso, conhecer as obrigações e direitos e manter seus registros organizados é sempre importante para confrontar cobranças futuras e controlar seus custos.