Dia do Despachante Aduaneiro: um reconhecimento à grandeza de nossa profissão

O que se comemora nesse dia é a posição do despachante aduaneiro no cenário do comércio internacional, que é positiva em razão de sua intensa atuação e da importância do seu trabalho para a facilidade dos trâmites de circulação de mercadorias. Outro ponto que merece destaque é que os profissionais vêm ampliando seus conhecimentos técnicos com o objetivo de se adequarem às novas necessidades do comércio exterior moderno. A nossa Classe é considerada pelas autoridades governamentais um interveniente fundamental nas operações de Comércio Exterior, uma vez que 92% do mercado importador e exportador utiliza os serviços do despachante aduaneiro. Este fato demonstra a grandeza da profissão no cenário econômico nacional e internacional. Em razão dessa importância, a Federação Nacional dos Despachantes Aduaneiros baixou uma resolução, em 6 de maio de 2006, oficializando o dia 25 de abril como o Dia Nacional do Despachante Aduaneiro. Nos últimos anos, a nossa Categoria obteve mais uma conquista ao ser incluída em subseção de capítulo do Regulamento Aduaneiro atual, o que não existia nos Regulamentos Aduaneiros anteriores, tornando-se mais valorizada perante a sociedade e os órgãos anuentes. Ao mencionarmos esses profissionais, precisamos entender a grandeza de sua representatividade,  voltada à simplificação dos desembaraços aduaneiros, ao cumprimento das normas legais, e, por consequência, a diminuição dos custos aos empresários do setor. Hoje, o comércio exterior  é muito dinâmico, o que exige constantes mudanças e atualizações de conhecimentos e posturas nas atividades desenvolvidas. Nossa luta  pela  simplificação e agilização dos trâmites continua, a fim de proporcionar  aos despachantes aduaneiros as condições de  exercer seus trabalhos de maneira ainda mais adequada. Essa é a missão da diretoria do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo – SINDASP: manter-se  voltado para a manutenção e desenvolvimento dos direitos e das conquistas da categoria, em todos os sentidos, inclusive o que diz respeito à parte social. O Dia Nacional do Despachante Aduaneiro deve ser lembrado como um marco na valorização de nossa Categoria perante a sociedade, e portanto comemorado com muito orgulho e alegria por todos nós.

Escrever sobre comex: por que somos tão poucos?

No início de 1997, um recém-amigo, a quem devemos muito, nos convidou para escrevermos um artigo numa importante revista de comércio exterior, na qual era editor. O assunto estava em aberto, com apenas uma exigência, ser algo polêmico. Ficamos surpresos diante do convite, pois nunca havíamos escrito qualquer artigo. E nem sequer tínhamos ideia de que poderíamos fazê-lo. O fato é que, após relutarmos por alguns dias, acabamos escrevendo o artigo “THC – Terminal Handling Charge”, a partir de uma experiência desagradável que havíamos tido com a sua implantação no Brasil, quase ao final de 1996. Parece que o artigo agradou, tanto mais porque praticamente ninguém costumava escrever. O que ocorre até hoje. E muito menos tocar nas feridas e polêmicas da área. Assuntos nos quais acabamos nos especializando. Recebemos muitas congratulações sobre o artigo, o que nos surpreendeu. Com isso, nos animamos a continuar escrevendo. Só não tínhamos certeza se o amigo havia nos convidado para escrever um artigo ou para escrever na revista. Fomos em frente e mandamos-lhe outro, e mais outro, de modo que nos tornamos o maior colunista convidado (sic) da revista, naquele ano. Entendemos, então, que podíamos escrever, e que tudo o que estava faltando era um convite, um incentivo, um empurrão. Depois disso, durante todo esse tempo, já escrevemos para quatro dezenas de revistas e jornais. Hoje, temos três colunas fixas em jornais e três em revistas. Afora as entrevistas e matérias. Sem contar as TVs. E é tudo muito bom. Mas qual a razão dessa espécie de autobiografia? Quem está interessado nela para querer saber? Certamente ninguém, e nem é o objetivo deste artigo. O objetivo é bem outro, e deve-se ao fato de outro amigo, de uma das revistas que escrevemos, também há alguns anos, ter pedido que escrevêssemos sobre isso. E tentássemos animar outros profissionais da área de comércio exterior a escrever e tentar ajudar a nossa área. Isso se deveu a uma constatação nossa, e que comentamos com ele, de que, praticamente, nenhum profissional da área escreve sobre comércio exterior. E que havíamos nos tornado, pasmem, um dos que mais escrevem sobre o assunto no País. Isso a despeito de todos os nossos artigos serem polêmicos, e de já termos instigado, por meio deles, uma discussão sobre a matéria em pauta naquele momento. Infelizmente, nunca recebemos sequer uma réplica, demonstrando o que já sabemos. Que ninguém gosta mesmo de escrever, ou não tem tempo, o que é muito menos provável. Poucos dos nossos amigos escrevem. A ideia deste artigo é justamente, como já pode ser percebido, incentivar nossos melhores representantes a que escrevam. Que passem a outros suas experiências, e que não as guardem apenas para si. Afinal, temos um grande objetivo, e um longo caminho a percorrer para transformarmos nosso país num dos principais players do mercado internacional. E abandonarmos nossa medíocre posição de coadjuvantes, com pouco mais de 1,0% de participação no comércio exterior mundial. Uma verdadeira migalha, ou seja, cerca de US$ 1,20 a cada US$ 100,00 transacionados pelo planeta. Ainda mais considerando, como dizemos o tempo todo a nossos alunos, e provamos em alguns minutos sem nenhuma dificuldade, que o comex brasileiro é muito ruim e com parcos conhecimentos. Podemos afirmar que o nosso comex é 1-99. Ou seja, 1% dos profissionais sabe o que faz. 99% apenas fazem. Todos no piloto automático. E deixamos isso claro nos nossos dois artigos anteriores nesta revista “Erros e pouca vontade aprender”, 1 e 2. Portanto, colegas do comércio exterior, profissionais, professores etc. etc., mãos à caneta, ou ao computador, como é mais proveitoso em nosso tempo. Vamos incentivar outros a fazê-lo, bem como vamos ensinar os nossos jovens, passar-lhes informações importantes e não mantermo-las apenas para nós. É bem verdade que nos bicudos tempos atuais, com a falta de emprego na área, ninguém está querendo mais concorrência. Mas se isso é uma verdade, é uma atitude equivocada, pelo menos por duas razões: Quem sabe tem espaço e continuará reinando. Se ajudarmos, poderemos ter uma melhoria no nosso comércio exterior. E com mais comércio, teremos mais empregos e todos nós ganhamos. Então, não é tentador? Estamos, com nossos demais colegas que escrevem, aguardando um feedback a este artigo. Se não com alguma réplica, pelo menos com algum artigo interessante e que mexa, de alguma forma, com o nosso comércio exterior. Ainda que seja para discordar de alguns ou do governo. E isso é sempre bom, não é?