Por que exportamos tão pouco?

Esta não é uma pergunta tão fácil de responder, principalmente para uma economia do tamanho da nossa. Somos um país de dimensões continentais, e nossos índices de produtividade não são um dos melhores do mundo. Mesmo exportando tão pouco, nossa relação com a atividade exportadora data do descobrimento do país, lá nos anos de 1.500, mas nunca conseguimos tornar este país em uma potência mundial nos negócios externos. Exportamos commodities (soja, açúcar, minério, etc), que oscila o preço ao sabor do mercado, e isto não nos coloca em posição de destaque no comércio internacional. Nossa condição de exportador de tecnologia é pífia, se comparado a outros países de igual tamanho ao nosso, e isto também nos coloca no fim da fila no quesito inovação. Então, como avançar no comércio internacional mundial? A resposta pode estar na Cultura de Exportação. Cultura de Exportação Nicola Minervini, autor do livro ´O Exportador´, e estudioso da cultura exportadora no mundo todo, inclusive no Brasil, alerta que a exportação é uma atividade que precisa ser pensada de longo prazo. Para ele, quando a empresa atravessa um período de crise, o prioritário é sobreviver e não há, neste momento, tempo para adequar o produto e tão pouco para pensar.  E aqueles que insistiram no processo de exportação em momentos de crise, sucumbiram num curto espaço de tempo e nunca mais voltaram. Este pensamento nos mostra que se tornar exportador é uma atividade estratégica da empresa, e a decisão deve partir da cúpula da organização. A diretoria e os seus sócios precisam estar comprometidos como processo, para que ele não seja um voo de galinha.  É preciso pensar em dois, cinco ou dez anos a frente, inclusive para se obter retorno financeiro no processo. Há também uma necessidade de apoio governamental em várias frentes: qualificação de empresas de pequeno e médio porte, além de fomentar as vendas de bens brasileiros no exterior, com foco na sua ampliação, diversificação, consolidação e agregação de valor e de intensidade tecnológica. Em outras palavras, é preciso facilitar o acesso de empresas brasileiras, sobretudo as Pequenas e Médias, a mercados internacionais por intermédio da exportação. É claro que promoção comercial e acesso a financiamento também precisa estar nesta pauta, e só com isso teríamos a oportunidade de criar a Cultura de Exportação. [epico_capture_sc id=”20887″] Como estamos hoje? Somos a sétima maior economia mundial, mas isto não se traduz no comércio internacional. Enquanto as seis maiores economia do mundo tem um representatividade no comércio exterior de mais de 50% do PIB, aqui nós não chegamos a 30%. Se olharmos apenas para os BRICS, a diferença é ainda maior: África do Sul (64%), Índia (53%), Rússia (51%) e China (50%) possuem participação muito maior do que o nosso país. Mas por que esta cultura é tão importante? Várias são as vantagens que uma atividade exportadora estruturada pode trazer para a economia nacional.  Um setor exportador pujante é capaz de promover ganhos em produtividade e escala.  É também um excelente estimulador à inovação, qualificando a mão-de-obra interna. Torna-se exportador significa melhorar as condições de concorrência interna e se tornar menos vulnerável às volatilidades que o mercado pode oferecer. Blá-blá-blá x ação prática Não é difícil de perceber que ainda engatinhamos quando o assunto é exportação, e que há espaço considerável para crescimento, com benefícios reais e diretos para a economia. Porém, muita pouca coisa de verdade foi feita até hoje para reverter este quadro. Adoramos Planos, Projetos, Lançamentos, Seminários, mas na hora de executar os nossos governantes não levam o que está no papel adiante. Conforme bem disse o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, gastamos nosso tempo com políticas comerciais e industriais mercantilistas e obsoletas, que parecem combater e contestar a globalização (e os estrangeirismos), quando ela já está firmemente absorvida dentro de casa e nos oferece oportunidades que fingimos não enxergar. É preciso deixar de lado o blá-blá-blá e partir para a ação.  Precisamos tornar as nossas empresas, principalmente as pequenas e médias, em exportadoras de fato. E você, não quer se tornar exportador? Eu gostaria de conhecer as suas opiniões sobre estas dicas.  Se você curtiu este artigo, não se esqueça de deixar o seu comentário logo abaixo, e compartilhar com seus amigos.