Descubra o melhor momento para você abrir a sua empresa de importação
Uma pergunta frequente que recebo no comexblog é: o que é preciso para abrir uma empresa de importação? Apesar de a resposta ser bem objetiva, percebo que a pessoa que está perguntando tem dúvidas maiores do que ter um CNPJ, se habilitar no Radar e desenvolver um fornecedor na China. Nem sempre há uma estratégia por trás do desejo de abrir o negócio. É provável que ela não tenha um nicho, que tenha ouvido falar que a importação ‘é algo que dá dinheiro’ e queira se aventurar em ser empreendedor do comércio exterior. E é sobre isto que vou falar no artigo de hoje. Quais são as quatro razões que você precisa levar em conta antes de decidir fundar a sua empresa de importação: Você conhece do ramo em que vai atuar como distribuidor de produtos importados? Você já desenvolveu um fornecedor confiável para esta linha de produtos? Você já levantou todas as objeções para trazer este produto? Você já descobriu se há viabilidade financeira nesta importação? Não tome a decisão de procurar um contador e abrir a sua empresa, ou mesmo procurar a Receita Federal para habilitar o seu radar, antes de ter estes quatro passos bem definidos no papel. Ter um CNPJ e ter um RADAR SISCOMEX vai ser a parte mais fácil do jogo, confie em mim. Vamos em frente? 1. Tenha um nicho bem definido Pode parecer clichê falar em definir o seu ramo de atuação, mas o não é. Escuto com bastante frequência das pessoas que nos procuram que estão atrás de ramos lucrativos. Ou seja, elas procuram algo que ‘dê dinheiro’. Minha óbvia resposta para esta situação é que: só quem dá dinheiro é a mãe, porque o resto você tem de trabalhar. Ter a clareza daquilo que você vai trabalhar, em qual ramo atual, facilita o jogo. Conhecer o mercado em que você já atua, sabendo o que ele procura, qual o preço que se paga, quais são os concorrentes, e quais produtos são novidades, são a forma mais objetiva de ter sucesso com a importação. Se você tem um PetShop, e sabe que a linha de acessórios é bem lucrativa, que tem um giro bom, e que o mercado é atendido por alguns poucos fornecedores, vai facilmente identificar que os produtos importados da China lhe trarão uma ótima oportunidade. Mas se o seu ramo é construção civil, e você entende que precisa entrar no setor de cosméticos importados, porque ouviu dizer que ele é lucrativo, vai perder tempo e dinheiro em algo completamente fora do seu escopo de negócio. Não quero dizer aqui que é proibido entrar em um mercado novo, mas você precisa estudá-lo bastante, conhecer a fundo todas as suas necessidades, o que compra, o que não compra, quem são os concorrentes e players importantes. Sem isso, tudo vai ser uma jogada de sorte. E sorte não existe no mundo dos negócios, concorda? A importação segue um roteiro básico, mas o ramo de produto pode exigir mais ou menos etapas do empresário. E o ponto mais importante é conhecer o mercado de distribuição e comercialização daquilo que você vai ser aventurar. 2. Ter um fornecedor confiável Desenvolver um fornecedor confiável é a sua segunda mais importante ação antes de decidir abrir a sua empresa de importação. É natural que o primeiro caminho seja pesquisar este fabricante na China, mas outros locais também precisam ser visitados (mesmo que virtualmente). Existem técnicas seguras para você conhecer este fornecedor, interagir com ele, sem ter prejuízo financeiro. Recomendo que não faça nenhum pagamento sem antes conhecer este artigo que escrevi. Este fornecedor pode ser descoberto pela internet, pelos principais sites de pesquisa, ou em feiras especializadas no Brasil, ou até mesmo nas feiras do setor naquele país. A China mantém um calendário regular de feiras internacionais de negócios, em que oferece milhares de oportunidades, de diversos segmentos, e começar pesquisando nestes lugares vai ser a sua principal função para chegar até o fornecedor ideal. Descobrir a empresa, fazer contato inicial, receber ofertar de preços e depois receber amostras, são os três passos iniciais na busca pelo fornecedor confiável à sua operação. Em seguida, você precisa fazer algumas certificações (fornecedor e mercadoria) até que envie o primeiro pagamento da sua operação. Esta fase é importantíssima, e se você não seguir as regras de ouro, pode começar perdendo dinheiro. Quais são estas regras de ouro para saber se o fornecedor é idôneo? São estas: Se o fornecedor não aceitar visitas às fábricas, descarte-o; Se o fornecedor recusar ou dificultar o envio de amostras, é sinal de que a sua idoneidade está comprometida, e evite negociar com ele; Ao visitar a fábrica, averigue se os dados impressos no cartão ou na assinatura do e-mail condizem com aquilo que está na fachada da empresa. Isto, apesar de simples, pode ser um indicativo de que se for diferente, é provável que você contatou um intermediário e não a fábrica; Se uma empresa oferece vários produtos diferentes, é provável que ela terceirize parte de sua produção Evite enviar pagamentos para contas bancárias dos diretores / pessoais. Mande somente para aquelas empresariais; Cuidado com fornecedores que não usem e-mails empresariais, e se apresentam com endereços eletrônicos de serviços como o @gmail.com, @yahoo.com.cn, @163.cn; qq.com. [epico_capture_sc id=”21683″] 2. Ter uma lista das obrigações para importar aquele produto Isto se chama Pesquisa do Tratamento Administrativo. Para pesquisar o Tratamento Administrativo na Importação é necessário conhecer a Classificação Fiscal de Mercadoria, que no Brasil é a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul. A NCM é um código numérico de oito dígitos, utilizada para consultar as obrigações a que estão sujeitas a sua importação, além de encontrar as alíquotas dos tributos na importação. Com esta NCM vai ser possível consultar se o produto tem algum controle prévio, por ser uma mercadoria controlada, ou se necessita de licenças, autorizações, análises específicas ou certificações compulsórias. Como exemplo, alguns produtos são altamente controlados e outros não. Alimentos, cosméticos, perfumes e brinquedos são produtos controlados pelo Ministério da Agricultura,