Os fatos mostram que na logística existe uma preocupação com a sustentabilidade ambiental e social, mas ela é movida, preponderantemente, por aspectos econômicos. Observe, por exemplo a matriz de transportes brasileira e compare esta a países de dimensões continentais como os Estados Unidos e China. Dentre eles, o Brasil é o único que tem 60% das cargas movimentadas no modal rodoviário.
A intenção de tornar a matriz de transportes brasileira mais equilibrada com maior distribuição dos volumes nos modais ferroviário e aquaviário, é justificada nas características do território nacional, na racionalidade energética e incapacidade de construção de estradas.
Os percentuais em cada modal nos Estados Unidos e China, são indicadores da sua distribuição e em ambos os casos, o uso da ferrovia e do transporte aquaviário são mais representativos. A escolha do modal se dá pela eficiência energética, consideradas as características de seu território e recursos disponíveis.
Por política pública, ou falta dela, o Brasil concentrou o transporte no modal rodoviário porém para se tornar competitivo em termos de custos logísticos, há que incentivar consistentemente modais para o transporte de grandes volumes em grandes distâncias como a ferrovia e a cabotagem. Ao longo do tempo, o prêmio que a sociedade receberá, não será somente custos de transporte mais competitivos, mas mais importante, uma redução do custo social com a queda do número de mortes nas estradas.
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A safra agrícola de 2012/2013 será recorde e fará sentir no mercado as deficiências de acessos aos portos com suas filas quilométricas e custos elevados de transporte. Há um horizonte mais positivo à frente com os anunciados investimentos em ferrovias e portos e, que no entanto, levará tempo para mostrar sua efetividade.
A fiscalização da lei do motorista, lei 12.619/2012, a tolerância zero com a lei seca, a falta de motoristas no mercado e o aumento dos combustíveis são facetas claras de que mudanças significativas precisam ser incorporadas à maneira como se contrata e executa o transporte dentro do território nacional, pois a consequência é a elevação do custo do frete e da inflação.
Esses fatos aliados à maior capacidade de carga para o transporte de cabotagem no Brasil, são justificativa econômica para a migração de modal. Além do benefício econômico virá a eficiência energética e redução da emissão de poluentes.
O maior uso da ferrovia, com os investimentos anunciados, segue o mesmo coro. Mais corredores de transporte disponíveis, serão motivo de escolha como fator principal, devido à redução no custo do transporte por tonelada transportada e, de forma secundária e não menos importante, resultarão em benefícios ao meio ambiente.
E o lobby dos fabricantes de caminhões, como fica?