‘O desempenho logístico está fortemente associado com a confiabilidade das cadeias de suprimentos e da previsibilidade da prestação de serviços para produtores e exportadores.’
A partir desse trecho, retirado do Relatório do Banco Mundial, é possível afirmar que ainda há muito o que ser feito para que a economia brasileira se torne potência global no mundo dos negócios. O documento é produzido a cada dois anos e mede a eficiência logística em 160 países.
Com o lema ‘Conectar para Competir’, o estudo demonstra que as cadeias de abastecimento são a espinha dorsal do comércio internacional.
Para o Banco Mundial, a logística dos países engloba transporte de carga, o armazenamento, procedimentos alfandegários, o sistema de bancário e de pagamento e cada vez mais muitas outras funções terceirizadas pelos produtores e comerciantes aos prestadores de serviços dedicados.
Com enormes deficiências em todas essas áreas, o Brasil está na desastrosa posição 65º, caindo 20 degraus em relação ao período anterior (2012).
Na nossa frente estão países como Irlanda, Portugal, Emirados Árabes, Qatar, Turquia, Chile, Panamá, Vietnam e El Salvador, apenas para citar algumas nações de menor porte econômico se comparados ao nosso.
E alguns de nossos principais parceiros latinos estão melhor colocados. O Chile se encontra em 42º lugar, o México em 50º e até a combalida economia Argentina está em melhor posição, em 60º. Entre os países do Brics, a posição do Brasil também é a pior.
[epico_capture_sc id=”21329″]Não é fácil listar apenas um problema para essa péssima colocação do País. O Banco Mundial baseia o relatório na opinião de seis mil pessoas ligadas ao setor de logística em todo o mundo, que relatam problemas objetivos e bem conhecido das empresas brasileiras.
Nossos gargalos são: 94º em procedimentos alfandegários, 54º em Infraestrutura, 81º em Entrega Internacional, 50º em qualidade dos serviços de logística, 62º em rastreamento e 61º em cumprimento de prazos.
E o preço pago por todas essas deficiências é do conhecimento de todos e já virou clichê. Nossos fretes são maiores para o transporte da safra de grãos, que circula por estradas de péssima qualidade, ao invés de aproveitar o nosso potência fluvial e lacustre. Não bastasse os problemas de deslocamento da produção, o exportador leva muito mais tempo para liberar a sua carga nas alfândegas brasileiras do que os seus concorrentes diretos (nossa pior colocação dentre todas).
O Banco Mundial reconhece que as melhorias nesse setor são de longo prazo e complexas, exigindo pesados investimentos em toda a cadeia produtiva. E sem reformas nos procedimentos alfandegários, duplicação de entradas, aumento da malha ferroviária, privatização dos portos e aeroportos e fortalecimento das agências reguladoras não será possível alcançar países como Alemanha, Holanda, Bélgica, Reino Unido e Cingapura, os cinco primeiros colocados.
É por isso que precisamos de menos PAC (1, 2, 3) e mais ação. Segundo o ILOS (instituto de Logística e Supply Chain), o atraso médio das obras do PAC é de 48 meses, comprovando ineficiência governamental em tocar projetos importantes de infraestrutura, vitais ao país, e que poderiam nos ajudar a subir alguns degraus nos próximos anos.
Clique aqui para acessar o relatório completo do Banco Mundial (em inglês).
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