E se o Brasil se fechar, doutor?
O protecionismo é um dos assuntos mais discutidos atualmente, na verdade desde 2009, basta “dar uma voltinha” pela Internet para se deparar com o tema. Também, como não falar de um assunto como esse? que tem grande abrangência no mercado nacional e internacional, e ainda mais depois da presidente Dilma Rousseff baixar inúmeras medidas protecionistas durante pouco mais que um ano de mandato. O que talvez possa impressionar é o fato da presidente Dilma, grande aliada do ex-presidente Lula – que merecia um prêmio, segundo o Diretor da OMC, em 2009, e que no mesmo ano chegou a pedir reza para Barack Obama tomar atitudes sábias, relacionando-se à postura do presidente dos EUA, alegando que o fechamento da economia americana, o protecionismo, poderia levar ao caos, e agravar ainda mais a crise – tomando ações consideradas protecionistas pela grande maioria dos economistas, exatamente o inverso que pregava o ex-presidente. Cabe ressaltar, que o fato dela ser aliada ou ter sido aliada ao Lula, não significa que dará continuidade aos planos do governo anterior da mesma forma que aquele daria. Assim, enquanto uns enxergam protecionismo explicito no novo governo, da Dilma, outros vêem apenas como decisões políticas necessárias, para gestão do país, tendo em vista a atual economia global. Claro ficou que o governo da Dilma é bem diferente do Lula, aquele é mais intervencionista e nacionalista, abandonou o discurso de defesa da abertura de mercados, suspendeu acordos e passou a ser um dos líderes na aplicação de tarifas e medidas protecionistas. Só no governo Dilma a alíquota do IOF foi alterada por 6 vezes, das 13 alterações ocorridas desde o ano de 2008, e além disso, vemos o Banco Central intervindo rotineiramente no mercado de câmbio, visando controlar possível alta do real. Essa postura do atual governo está sendo muito criticada, sob as alegações que ocasiona prejuízos às demandas de importação, a concorrência, causa insegurança, incerteza e perda da confiança dos parceiros comerciais em relação ao país, e atinge significativamente o consumidor. Portanto, acaba por prejudicar a própria população e aos demais países que realizam negócios com o país. Segundo Marcelo de Paiva Abreu (Economista da PUC), nos últimos 5 anos a proteção aumento significativamente, e são usados instrumentos que não são usados há muitos anos, e até inéditos, como exemplo, o IPI discriminatório, que certamente viola as regras internacionais, porém que o governo resolveu adotar (09/2011). Neste episódio, além de terem elevado a alíquota escandalosamente, descumpriu ainda o prazo da quarentena exigido pela Magna Carta (art. 150, III, “c”, CF/88). Entende-se que o protecionismo pode trazer benefícios à nação, porém temporários, e apenas para alguns setores da economia, pois com o passar do tempo obtêm-se resultados desvantajosos para a maioria, principalmente a classe consumidora – gera preços altos e qualidade inferior, devido à vantagem que os setores protegidos têm sobre a concorrência externa. Nos casos de necessidade de matérias primas externas, a situação piora, os preços aumentam mais ainda, os produtos nacionais vão perdendo a qualidade diante dos importados. O problema, ainda pior, vem com a quebra desse protecionismo, quando se abre novamente as portas para o comércio exterior, tem-se um grande risco das indústrias nacionais fecharem as portas, por estarem despreparadas diante das externas. Pela lógica, se os países se fecharem, não haverá negociações entre os mesmos, e assim os países exportadores serão altamente prejudicados, por exemplo, a China, e consequentemente os demais países, que ficarão sem matérias primas e demais produtos que não conseguem produzir ou que tenham produção baixa, e por seguinte não atenderão a demanda interna. Os produtos em falta ou com oferta baixa no mercado, certamente, terão preços mais altos, e nem todos serão acessíveis a toda a população. Todos serão afetados de alguma forma. Assim, protecionismo pode gerar o retrocesso em relação ao desenvolvimento econômico, tecnológico, social, de inovações, etc., dependerá muito da sua dose. Não pode deixar de considerá-lo como uma barreira ao comércio entre os países, já que dificulta as trocas – o que é natural desde os primórdios, tira-se o sentido do comércio, da colaboração mútua para o desenvolvimento das nações. E sabendo-se que nenhum país é auto-suficiente, auto-sustentável, pois muitos países, devido às suas características geográficas, naturais, culturais, e diversos outros fatores internos e externos, não conseguem desenvolver todos os setores da economia com a mesma velocidade e medida, assim, é natural que alguns setores tenham menos desenvolvimento e competitividade que outros. E por isso, é importante a boa relação com os demais países, parceiros comerciais, a mútua colaboração, a fim de trazer benefícios a todos os envolvidos nas negociações, de forma a favorecer a ambas as nações, e a socializar os avanços. Se voltarmos ao tempo para justificarmos o risco do protecionismo, iremos encontrar um importante acontecimento, a Crise de 1929, um momento de grande turbulência no cenário mundial, e que por ocasião, o governo dos Estados Unidos, acreditando que iria proporcionar maior segurança ao país, elevou as barreiras comerciais. Porém, tal atitude, trouxe uma grande depressão, pois restringiram às importações, limitando o acesso à vários produtos importados baratos, e quanto às exportações que já não estava indo bem, pioraram, devido a outros países adotarem as mesmas medidas protecionistas. Mesmo sabendo-se de tudo isso, de todos os possíveis danos que o protecionismo pode resultar, alguns países preferem adotá-lo, seja de maneira mais discreta – EUA e União Européia, ou indiscreta – como a tão criticada Argentina, que na verdade em relação à quantidade de práticas sendo analisadas pela a OMC, esta tem 17 casos, enquanto aqueles têm 114 e 74 respectivamente, ou seja, o governo argentino adota sim medidas protecionistas, mas pelo dados elas são bem menos do que às daqueles. Não há muito tempo, a exemplo, tivemos a medida protecionista, conhecida como “Buy American” (2009) do plano de reativação da economia americana, proposta pelo presidente Barack Obama, a qual estabelece vantagens às empresas internas frente às externas nas aquisições de minério de ferro e aço, para utilização em projetos de infraestrutura no país. Mais recente a
A descoberta da importação pelas pequenas empresas
Pequenos empreendedores, não se intimidem com a palavra “pequena” no titulo de sua empresa, pois vocês têm condições de atingir o mesmo mercado que seus concorrentes que na maioria das vezes são distribuidores de médio e grande porte. Cada vez mais os pequenos empreendedores têm sofrido com a pressão feita por grandes empresas, sem falar da carga tributária que muitas vezes é fatal para empresas de pequeno porte. Mas existem várias alternativas para que empresas desse perfil consigam atingir determinado mercado e crescer através de seu planejamento e operações. Uma dessas alternativas é a importação que abre portas para novos e grandes mercados. O planejamento é fundamental para toda empresa, seja de pequeno, médio ou grande porte. É ele quem determina o caminho a ser seguido pela empresa, define a estratégia, aponta desafios, principais metas e objetivos. Se sua empresa é de pequeno porte e não possui um plano de negócios, não se preocupe, se você está firme no mercado ainda a tempo de fazê-lo. Para isso é importante estar atento as tendências de mercado, situação economia mundial e ciente dos passos a serem dados para que o planejamento faça com que a empresa possa crescer a passos firmes. Uma dessas novas tendências é a importação, afinal atualmente qual é o pequeno empreendedor que nunca teve em seu mix de produtos algum produto importado, mesmo que não tenha sido importado de forma direta, mas sim através de um grande distribuidor? [epico_capture_sc id=”21683″] Por isso uma grande porta de crescimento atualmente é a importação, dessa forma é fundamental que essa alternativa de negócios esteja presente no plano de negócios de todas empresas que trabalham com algo tangível, ou até mesmo empresas que não trabalhe com produtos tangíveis, afinal já se ouve falar muito sobre transmissão de tecnologia que dependendo do segmento vem de outros países ou vai para outros países. Porém, nesse mercado de encher os olhos, existem algumas barreiras a serem quebradas, principalmente para os pequenos empreendedores, pois muitos deles quando se interessam por esse mercado vão a campo buscar mais informações sobre o assunto. E, muitas vezes, encontram portas fechadas, recebem a notícia de que para importar é necessário ter grandes volumes ou que a ordem mínima de compras é um container fechado. Essa informação foi constatada através de uma pesquisa feita por uma renomada consultoria em negócios internacionais, que descobriu que 83,4% dos pequenos empreendedores que buscam informação sobre o mercado de importação desistem do projeto por não receberem informações específicas para o perfil de suas empresas. Segundo a Gerente Geral da empresa, os pequenos empreenderes chegam até ela com certo receio, na maioria das vezes negativistas a respeito dessa possibilidade, sempre comentando que já ouviu falar que isso não da certo e é muito caro. “O maior desafio em atender nossos clientes nesse perfil é quebrar o paradigma de que a importação não é para as pequenas empresas. Eles chegam até nós com muito receio, carregados de informações mal esclarecidas que acabam formando uma opinião errada. Assim que conseguimos demonstrar que o acesso a esse mercado é possível, temos condições inseri-los como importadores no mercado”, pontuou a responsável pela pesquisa. Por isso é importante que os pequenos empreendedores estejam conscientes de que a importação não é impossível, mas sim algo simples, com suas etapas, deve ser tratado como um projeto, com investimento proporcional as exigências da empresa que deseja se posicionar como importadora.
Internacionalização de Empresas
Internacionalizar uma empresa não quer dizer que dois funcionários vão entrar no avião no Brasil e descer em outro país batendo na porta dos clientes e fechando pedidos fabulosos proporcionando um crescimento espetacular para empresa. É, na verdade, um trabalho que requer bastante conhecimento e planejamento prévio. Existem diversas maneiras que as empresas, de forma geral, utilizam para ingressar em novos países. Uma delas, bastante utilizada por pequenos empresários, seria de fato enviar alguns funcionários para fazer um treinamento em alguma empresa parceira naquele país para obter conhecimentos básicos do mercado e tentar ingressar de forma menos despreparada. As médias empresas costumam contratar serviços de consultoria especializada em internacionalização de mercado para fazer o planejamento completo de forma a analisar todos os aspectos antes de fazer o investimento no novo mercado. Segundo especialistas na área de negócios internacionais, esta forma é a que as médias empresas mais utilizam para ingressar em mercados estrangeiros por ser feita de maneira mais planejada minimizando os riscos. [epico_capture_sc id=”21683″] As grandes empresas também costumam utilizar desta mesma estratégia, mas outra muito utilizada por elas é fazer aquisições de empresas no mercado alvo, para obter know how e depois, quando detém o conhecimento especifico do mercado se separam e ela continua o seu trabalho independente. Outra forma bastante utilizada por todos os portes de empresas é quando o próprio cliente abre as portas para o seu fornecedor, ou seja, a empresa pode contar com a ajuda do próprio cliente local. Exemplo disso é quando há um cliente no mercado nacional, mas que também atua em outros países e por isso este cliente solicita seu fornecedor para atendê-lo também em outro país. Neste caso é comum, inclusive, que a empresa ocupe parte da planta física do seu cliente enquanto passa pelo processo de internacionalização naquele novo país. Estas são algumas das formas que normalmente as empresas utilizam para internacionalização. Entretanto, alguns pontos também devem ser cuidadosamente analisados antes de ingressar em um novo mercado, tais como a capacidade de produção da empresa, registro de marca, patentes, possibilidade de atender as adaptações nos produtos/serviços, e principalmente, conhecimento especifico para operacionalizar os processos de comércio exterior de forma segura e correta. Independente da forma de internacionalização adotada cada gestor deve conhecer bem o seu negócio e fazer o seu planejamento para obter sucesso no novo mercado e não causar prejuízos a empresa e imagem da sua marca.
A força do capitalismo brasileiro no cenário global
Na última década, as empresas brasileiras vêm experimentando um processo crescente de internacionalização, que foi criado com a necessidade de proteger os seus mercados cativos da concorrência estrangeira, e que agora busca também a necessidade de criação de produtividade e competitividade. Atualmente, deixamos de ser um país em desenvolvimento e fomos classificados em uma nova categoria: emergentes globais. Somo um dos grandes expoentes da atualidade econômica, citados por uma renomada consultoria como uns dos quatro países que podem vir a se tornar grandes potências econômicas, ao lado de China, Rússia e Índia. Mesmo com o impacto da apreciação do câmbio, com a agressividade da China na promoção de seus produtos industriais e com os gargalos da infraestrutura portuária e aeroportuária, já somos uma potência global. Os números não nos deixam mentir. A estabilidade econômica iniciada no meio dos anos 90 contribuiu e ajudou as empresas brasileiras a tomarem o mundo. Hoje, muitas companhias, em diversos setores, são líderes e despontam entre as mais bem sucedidas no ranking mundial. Se no passado poucas empresas como Alpargatas, Gerdau e Sadia desbravavam o mundo sozinhas, atualmente somam-se a esta lista centenas de outras empresas, como JBS-Friboi, Brasken, Coteminas, Embraco, Natura, WEG, Metalfrio, Stefanini IT Solutions. Além, é claro, de grandes multinacionais como Ambev, Vale, Embraer, Votrantim e Petrobrás. A Vale, por exemplo, intensificou o seu processo de internacionalização a partir de 1997, ano da sua privatização. A maior empresa de minério do Brasil desembolsou $13 bilhões para a compra da canadense Inco e se tornou a segunda maior mineradora do ranking global. A WEG, empresa de Jaraguá do Sul/C, fundada em 1961, possui o maior parque industrial de motores elétricos da América Latina, e tem negócios com mais de cem países, entre eles Argentina, México, China, Portugal, China, Índia, Cingapura, França e Estados Unidos. A Ambev, por sua vez, comprou a cervejaria americana Anheuser-Busch, por $52 bilhões em 2008, criando a maior cervejaria do mundo. E recentemente, os sócios brasileiros da AB InBev compraram do Burger King, segunda maior rede americana de fast food, por $4 bilhões. Números como estes comprovam que o Brasil já é um concorrente de peso no cenário global. E o papel do governamental foi crucial. Nas últimas duas décadas, o governo fez o papel de principal garoto propaganda dos produtos e empresas brasileiras. E a política de multilateralidade também ajudou. Itamaraty e APEX facilitaram o processo de internacionalização das empresas, negociando a redução de barreiras alfandegárias e no estabelecimento de acordos comerciais. Com este apoio foi possível consolidar mercados importantes, como EUA, China e Argentina, e abrir novos mercados, sobretudo na África e no restante da América Latina. E como resultado, as empresas transnacionais brasileiras já obtém mais da metade de suas receitas provenientes das vendas externas. Segundo pesquisa da Fundação Dom Cabral (2010), os resultados das 23 maiores empresas brasileiras com negócios no exterior já somam $126,4 bilhões em faturamento, e 200 mil funcionários. Isso dividido entre América Latina (53%), Europa (17%), Ásia (15%), América do Norte (9%), África (5%) e Oceania (1%). Quando analisado pela ótica do percentual de ativos que a companhia possui no exterior, os números também impressionam. Gerdau, Ibope, Vale, Tigre e Metalfrio atingem o percentual médio de 47%. A experiência de sucessivas crises nas décadas de 80 e começo de 90 fizeram dos empresários brasileiros grandes experts em desbravamento de novos mercados. Aprendemos que a internacionalização não seria apenas um mecanismo de busca de novos mercados, e sim um instrumento de defesa de território dos mercados domésticos.