É instável a situação econômica mundial. E poderá complicar se os conflitos na África e Oriente Médio se intensificarem, ações terroristas ganharem escala com morte de Bin Laden, agressões ao meio ambiente aumentarem, Japão não conseguir reverter queda do seu PIB, produção de petróleo for reduzida e inflação continuar crescendo no mundo. Podemos esperar dias bem amargos.
Nos EUA, persiste a escassez de poupança pessoal e o consumo das famílias continua sendo a maior contribuição do PIB de quase R$ 25 trilhões. O déficit fiscal está muito acima do aceitável (62%), taxa de desemprego é preocupante (9,7%) e falta de fiscalização no sistema financeiro não sinaliza para as mudanças necessárias. O país continua sendo alvo potencial de atentados terroristas.
Existe o temor de que a economia da União Européia não se estabilize, agravada pela queda das atividades na Inglaterra e ameaça de calote na Grécia. A situação fiscal é muito grave em Portugal, Irlanda, Islândia, Itália, Espanha e Bélgica. Uma solução para a crise na zona do euro é super complexa por causa da grande diferença entre as economias dos países membros, existência de um Banco Central único e tamanho do ajuste fiscal exigido para diminuir o déficit público.
A Rússia pode estar marchando para uma depressão econômica sinalizada pela inflação alta, corrupção recorde, falta de investimentos em infra-estrutura e energia e aumento dos gastos públicos sem qualidade. Dos 140 milhões de habitantes, 18,3 milhões estão abaixo da linha de pobreza.
Com 1,2 bilhão de pessoas, a Índia não tem terra disponível para a agricultura, sofre de um problema crônico de falta de água e sistemático êxodo rural. Lá, ainda existe uma massa de 300 milhões de miseráveis.
A voracidade da China diminuiu, dívida pública aumentou e processo inflacionário tem colocado todo o planeta de prontidão. Entre sua descomunal população de 1,3 bilhão de pessoas, 60 milhões ainda vivem sob extrema penúria.
No Brasil, ainda estamos vivendo um período inercial, com tendência de queda, visível em muitos indicadores. A inflação de 6,51% é maior do que a dos EUA, Portugal, Irlanda, Itália, Grécia, China, Chile e Peru. O percentual de miseráveis (26%) suplanta o dos EUA, Argentina, Colômbia, Chile, Peru, Rússia, Índia e China. A capacidade de investimento (18,5%) é menor do que a da Argentina, Colômbia, Chile, Peru, Rússia, Índia, China, Portugal, Itália e Espanha. Entre 145 países, o nosso IDH está em 73º, abaixo do Peru, Costa Rica, Trinidad e Tobago, Panamá e Uruguai.
O orçamento da União é de R$ 2.073,0 trilhões e já começou 2011 com R$ 1.533,2 trilhão (74%) totalmente comprometido com dívida pública (32,7%), INSS (16,9%), pessoal (9,63%), transferências para estados e municípios (8,6%), saúde (3,4%) e educação (2,3%). Os restantes 26% deverão ser repartidos entre 40 Ministérios e todos os investimentos de infra-estrutura física e social, resultando em percentuais microscópicos para cada um.
A sociedade precisa desnudar a face enganosa do Estado e exigir o cumprimento de metas prioritárias para o crescimento econômico, desenvolvimento social e preservação ambiental sustentáveis. Urge punir sumariamente os corruptos que estão depenando cofres públicos, profissionalizar as instituições, combater a intolerância e resgatar nossos valores éticos e morais. Só assim encontraremos alguma esperança no caos.
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