Sim, pode. Ser importadora é acessível a qualquer empresa que tenha um CNPJ, preferencialmente que seja comercial (já que irá comprar para revender), ter uma habilitação na Receita Federal para importar (o chamado Radar/Siscomex) e ter uma rede de parceiros que lhe ajudarão na condução de cada processo.
Entretanto, nem tudo são flores e importar no Brasil requer muito controle interno, pagamento de tributos que chegam facilmente aos 100%, além de variações cambiais e contingências logísticas, a depender do período do ano.
Mas isso não pode ser uma trava ao seu crescimento. Certamente, todos os seus concorrentes ou estão importando, ou estão se preparando para isto. Por que você ficaria de fora deste jogo?
Neste artigo de hoje, eu vou te provar que é possível ser importador, e ter lucro com isto, seja em loja física ou on-line.
Vamos nessa?
POR QUE MUITOS EMPRESÁRIOS TÊM MEDO DA IMPORTAÇÃO?
A lenda urbana do mundo empresarial é que a Receita Federal trabalha, exclusivamente, para atrapalhar a vida de quem deseja importar.
Não posso dizer que a Receita ‘pega leve’ em seus procedimentos, mas é por força da legislação aduaneira no Brasil, que tem características policialesca.
Qualquer erro é passível de multas, que começam com R$ 500, e a fiscalização pressupõem que o importador está errado até que se prove o contrário.
E mesmo aqueles erros banais, como a falta de um item que foi declarado, é punível com uma multa de 50% do valor do imposto pago (ou a pagar).
Ou seja, você é penalizado pelo exportador que deixou de enviar uma mercadoria que havia lhe cobrado, e a Receita ainda te cobra uma multa pelo ´extravio´. Duplamente enquadrado.
Além destas multas, há também o excesso de controles para a importadora.
Você precisa cuidar junto ao seu fornecedor da emissão de (no mínimo) 03 documentos da operação:
- Fatura comercial;
- Conhecimento de embarque; e
- Packing list (romaneio).
Estes documentos precisam seguir um padrão de emissão pré-estabelecido pela legislação brasileira, e o seu erro causará atrasos, além de uma nova multa a ser aplicada.
Porém, esta ´loucura´ operacional é assim desde 1966 (data do marco legal das operações aduaneiras) e o único jeito é a importadora seguir.
As empresas precisam se preparar internamente para importar. É preciso ter um responsável internamente na importadora para cuidar desde a colocação do pedido, até o recebimento em seu armazém, e é altamente recomendável que ele tenha uma rede de parceiros locais que o ajudarão a conduzir as importações, com segurança e agilidade.
É VERDADE QUE QUALQUER ERRO É PUNÍVEL COM MULTA?
Sim, é. Já disse algumas no tópico anterior, mas aqui preciso reforçar os principais pontos de erro que as importações brasileiras sofrem.
E sabendo dos possíveis problemas, a importadora precisa cuidar para que não aconteçam nos processos.
Algumas multas são mais pesadas, e elas só acontecem quando o importador decide caminhar pela ilegalidade. São elas:
- Falsidade das provas oferecidas;
- Importação de Bagagem com finalidade comercial;
- Interposição Fraudulenta (ocultação do real importador);
- Embaraçar, impedir ou dificultar a ação da fiscalização;
Outras multas acontecem por algum descontrole operacional, seja da exportadora ou da importadora, que possuem menor gravidade, mas que ainda assim são puníveis. São elas:
- Extravio de Mercadorias;
- Ausência de Licença de Importação;
- Licença de Importação deferida após o embarque;
- Classificação Incorreta da Mercadoria;
- Prestar de forma inexata, informações necessárias ao processo.
Sei que alguns profissionais dirão que a multa é necessária para que as demandas do Estado sejam cumpridas. De nada adiantaria uma regra, sem a possibilidade de uma multa.
E eu concordo que o processo de importação, em qualquer lugar do mundo, precisa ter qualidade nas informações declaradas pelos operadores de comércio exterior, e para isto, a multa serve como um elemento balizador.
Entretanto, em minha opinião, isto é exagerado no Brasil. A simples falta de uma assinatura pode descaracterizar um documento, e com isso gerar uma multa de 5% do valor aduaneiro.
Estamos em uma época de avanços tecnológicos, com certificação digital para tudo (inclusive para a Receita), e a chancela em caneta azul ainda continua sendo obrigatória?
Sem falar no amplo poder que a legislação dá, em algumas situações, para a autoridade aduaneira.
Tome como exemplo, o artigo 711 do Regulamento Aduaneiro, em que a fiscalização interpretada da forma como bem entender, e você tem muita pouca margem de discussão, porque enquanto isso a sua carga está parada no porto, pagando armazenagem.
Mas mesmo com todos estes alertas, é possível seguir com a importação, dentro da legalidade e da segurança jurídica, e ainda assim sendo lucrativo e ágil.
Eu não estou exagerando. Afinal, vejo isto Todo Santo Dia.
COMO TORNAR A MINHA EMPRESA IMPORTADORA?
Estando com o CNPJ ativo, mesmo que seja MEI, já tendo um ramo de negócios definido, e com algum capital para investir, o próximo passo é cuidar da sua habilitação na Receita Federal.
Aqui eu vou considerar que você já tenha uma assessoria contábil, porque ela é muito importante para os procedimentos burocráticos, na qual todas as empresas estão obrigadas.
Mas voltando ao ponto inicial deste tópico, existem 4 possibilidades de habilitação, que estão atrelados ao volume de importação que a importadora pode praticar. São as seguintes:
- Limitada até 50 mil dólares/semestre
- Limitada até 150 mil dólares/semestre
- Ilimitada (sem valor pré-definido de importação)
- Expressa.
Para quem está começando na importação, eu sempre recomendo a primeira opção (50k/semestre), já que é muito simples, sem qualquer burocracia, e que é autorizada em 4 cliques e menos de 30 segundos. (Não estou exagerando, é isto mesmo!)
Para conseguir este tipo de habilitação, basta que o empresário tenha um certificado digital eCPF (eCNPJ não serve, ok!?), entrar no Portal Único de Comércio Exterior, e solicitar.
Depois de 4 cliques no mouse, e menos de 1 minuto, ele já terá a sua autorização, sem apresentar qualquer documento ou esperar por isto.
A partir da segunda modalidade, o importador já precisa apresentar algum tipo de documentação à Receita Federal, que irá analisar o processo e dar o seu veredito.
A última possibilidade, a Expressa, é específica para empresas S.A, listadas na Bolsa de Valores, ou empresas públicas ou órgãos da administração direta ou indireta.
Em resumo: se você está começando a sua jornada importadora, vá de Radar/Siscomex 50k, que é sem burocracia, é rápido e você não depende de ninguém para conseguir o seu.
Mas acabou?
Não. A depender do seu produto, poderá haver alguma outra regra para cadastramento da empresa ou autorização aquilo que você for importar.
Posso citar, como exemplo:
- Brinquedos, que exigem manifestação do Inmetro;
- Alimentos In Natura, que exigem manifestação do Ministério da Agricultura;
- Cosméticos, que exigem manifestação da Anvisa;
- Armas de Fogo, que exigem manifestação do Exército;
- Pneus, que exigem manifestação do Ibama.
O que a importadora comprará irá definir a obrigação junto aos órgãos competentes.
Por outro lado, alguns produtos campões de vendas, como eletrônicos, informática, papelaria, acessório para PETs, partes e peças para bikes, todos estes estão liberados de qualquer ´intromissão´ de órgãos anuentes (até este exato momento).
O seu ramo de negócio pode ser altamente controlado, ou sem controle algum. Porém, a ingerência governamental não pode ser a trava para a sua importadora começar. Se você é especialista neste ramo, não há por que ficar de fora.
ENCONTRO FORNECEDORES NO EXTERIOR PARA O MEU RAMO?
Sim, encontra. Sobretudo na China.
Existem 3 possibilidades de a importadora fazer isto com eficácia:
- Na Internet;
- Em feiras especializadas (no Brasil e na China);
- Fazendo viagens a centros comerciais na China.
Atualmente, a possiblidade viável é a primeira (já que as duas últimas estão bastante restritas). E o mecanismo de pesquisa mais difundido é o Alibaba.com (link aqui).
Comece pesquisando o seu nicho de produto, e tente encontrar o máximo de fornecedores possíveis.
Na tela do produto, há um botão para você iniciar uma negociação com o fornecedor. Faça isto, e solicite uma FATURA PROFORMA, para garantir a oferta.
Com esta fatura proforma, você terá todo o conjunto de informações necessários para cuidar da análise de viabilidade comercial da operação.
Sobre ´Quanto Custa uma Importação´ é o nosso próximo tema.
QUANTO VAI CUSTAR O PRODUTO NA MINHA PORTA?
Essa é uma pergunta de muita importância para a importadora.
Ela já encontrou o produto no exterior, na qualidade e nas especificações que necessita, mas agora precisa saber quanto vai custar no Brasil, dentro do seu armazém.
E para isso, a importadora precisa cuidar das 04 fases da precificação de produtos importados:
- Fase Comercial (quanto seu fornecedor irá te vender);
- Fase Logística (qual é o meio de trazer isto e quanto irá custar);
- Fase Tributária (qual a carga tributária que o governo irá lhe cobrar);
- Fase Aduaneira (quais são as despesas necessárias, aqui no Brasil, para liberar esta carga).
Com o preço do produto definido, a logística internacional montada, a carga tributária identificada, e as despesas aduaneiras encontradas, o próximo passo é PLANILHAR.
Sim, a bendita planilha. Ela é a rainha de toda decisão de importar.
Eu tenho um conteúdo que irá lhe ajudar. Uma planilha de custos na importação, preparada para construir o preço do produto importado em poucas etapas. 👇⤵️
Clique neste link e baixe a sua cópia, 100% gratuita!
Há produtos que darão viabilidade, e se você é especialista neste ramo, acelere!
Outros, não darão chegarão ao preço necessário, e você precisa fazer um esforço adicional. Ou comprar uma quantidade maior, ou encontrar um outro fornecedor, ou então desistir deste produto.
Não há atalhos para ´conseguir´ uma importação viável. É seguir estes 4 passos, colocar na planilha, e comparar: por quanto o produto chega na sua porta, e por quanto você vende.
Qualquer outra ´mágica´, é sinônimo de problemas, que já dissemos lá em cima, quando falei das ´multas´.
Se a sua importadora não deseja ter problemas com a Receita Federal, fuja das ‘mágicas’.
Aceite este meu conselho.
QUAIS SÃO OS PASSOS MAIS IMPORTANTES?
Já dissemos muitos deles até aqui, mas vou resumir:
01. Tenha uma empresa com CNPJ ativo, preferencialmente que ela seja comercial, já que o seu negócio é comprar no exterior e revender com lucro aqui no Brasil.
02. Solicite a habilitação no Radar/Siscomex, tendo um eCPF e fazendo este processo através do Portal Único de Comércio Exterior. É muito simples, rápido, e você não precisará de apoio de ninguém. São 4 cliques e menos de 1 minuto para conseguir.
03. Tenha um Ramo Definido, aquele que você domina, que ofereça suporte técnico e comercial. Não se paute pelo seu amigo, parente ou concorrente, que está ´ganhando´ dinheiro com a importação. O bastidor dele pode ser diferente do seu.
04. Tenha um capital disponível para importar. Quanto mais você importar, menor será o custo final unitário do seu produto. Alguns custos são fixos, e isto pode impactar bastante na sua estrutura de preço.
05. Identifique um fornecedor. Aqui não tem segredo, é preciso garimpar as opções na Internet. Comece pelo Alibaba, e siga algumas regras que já ensinamos em outros conteúdos.
06. Busque apoio operacional para lhe ajudar nas questões administrativas da importação (regras, normas, situações), e também na logística internacional. Este é um quesito muito técnico, e qualquer deslize pode jogar fora a sua margem de lucro. JAMAIS ACEITE FRETE PAGO PELO EXPORTADOR. Isto é uma enorme cilada!
Com as informações em mãos, faça simulações. Faça muitas, porque a sua decisão vai ter de ser orientada por números.
Não aceite atalhos (eles não existem).
Se um produto não der viabilidade, aumente o pedido. Se ainda assim não for possível, descarte-o. Lembre-se que as multas são pesadas, e o jogo tem que ser 100% dentro da legalidade.
Deu viabilidade, faça o seu primeiro pedido. Teste o fornecedor. Teste os seus parceiros. Teste você. Este vai ser o momento de criar um aprendizado interno de como funciona a importação para o seu negócio.
O Brasil é campeão em procedimentos burocráticos, normas sem sentido, e multas de todos os jeitos, que o iniciante na importação precisa ficar atento.
Questões como tratamento administrativo, carga tributária e procedimentos alfandegários estão entre os itens que mais exigem da importadora.
Importar não é fácil e requer a ajuda de um especialista. Se você não puder contratar um, torne você o especialista.
EXISTE ALGUM MÉTODO A SER SEGUIDO?
Eu não posso negar que a importação é complexa, cheia de regras e procedimentos, que há multa para qualquer erro.
Porém, existe um modelo consolidado, que se você seguir, evitará boa parte das dores de cabeça comum.
E este modelo é acessível a importadores de todos os ramos e tamanhos. Não é um segredo guardado a 7 chaves, que apenas as grandes empresas possuem acesso.
Foi pensando nisso que criei o Importação Sem Segredos (Do Zero ao Seu Armazém), um método passo a passo, que vai te permitir importar com segurança, trazendo agilidade e aumento da lucratividade.
Este treinamento tem uma estrutura validada que simplifica 80% do seu trabalho com a importação, tornando-a simples e segura, independente do seu nível de conhecimento.
É um guia prático, direcionado para micro, pequenos e médio empreendedores aprenderem a importar produtos, com facilidade e segurança.
Se você não importa porque sente medo das multas ou atrasos que os erros podem gerar, este treinamento vai facilitar a sua vida, com um método pronto, validado, que você vai colocar em prática em pouquíssimo tempo.
Se você quer conhecer mais sobre este conteúdo, eu preparei uma página específica, com todas as informações necessárias, e o investimento cobrado. Este é o link ⤵️
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Bem, eu fico por aqui.
Se você quiser continuar recebendo estes e outros conteúdos, eu te convido a me seguir nas redes sociais:
Nessas duas redes eu faço postagens diárias, com os bastidores da importação, mostrando como as operações acontecem na prática, sem tarja preta, sem esconder nenhum procedimento, e com isso te ajudar a ter sucesso e aumentar a sua lucratividade.
É conteúdo de Mentoria, só que de graça. Te vejo lá!
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