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IMPORTAR

COMO COMEÇAR A IMPORTAR (AGORA!)

Falamos no último conteúdo (neste link), que qualquer empresa pode ser importadora. Hoje, vamos falar sobre como começar a importar. E o melhor, de forma prática e objetiva, para você não perder mais tempo.

Para ser mais objetivo, não vou gastar o seu tempo (que é valioso), e vou considerar que você já passou por estas etapas:

  1. Já tem ramo de negócio definido;
  2. Que você já encontrou e validou o seu fornecedor no exterior, e agora precisa apenas das os próximos passos;
  3. Que você já recebeu cotações do seu fornecedor, e fez inúmeras planilhas (utilizando, claro, a planilha que eu disponibilizo aqui);
  4. Que você já comprou e recebeu a amostra, e não tem mais dúvida quanto a qualidade do produto e da idoneidade do fornecedor;
  5. Que você já decidiu pelas quantidades, e agora precisa fazer a coisa acontecer.

Sim, você precisa colocar a coisa para funcionar.

Treino é treino, jogo é jogo. E agora você vai sair da arquibancada e entrar em campo para fazer acontecer.

Este é aquele momento em que você tirou as ideias do papel, parou de preencher o PowerPoint com apresentações mirabolantes, e vai sentir na pele a vida do empreendedor de importação.

Vem comigo?

CONTRATE UM DESPACHANTE ADUANEIRO PARA COMEÇAR A IMPORTAR

Você pode pensar que estou apenas atuando em causa própria, mas sei da importância de um despachante aduaneiro na vida do importador.

O Brasil é complexo, cheio de regras na importação, e qualquer deslize pode custar caro no bolso do empreendedor.

Imagem do Google

Uma simples falta de assinatura em um documento oficial pode custar uma multa de 5% valor dar carga, com mínimo de 500 reais.

É este profissional que ajudará a encontrar a classificação aduaneira da mercadoria (a NCM), a carga tributária oficial, além das obrigações acessórias ou administrativas, como licença de importação, informações obrigatórias em rótulos, contrarrótulos ou registros de conformidades.

E não para por aí. O despachante vai ajudar a encontrar outros profissionais da operação, como agentes de cargas, terminais de armazenagem parceiros, transportadores rodoviários. 

Tudo isso, se bem encontrado, pode fazer uma diferença enorme na composição do seu custo.

Quer um exemplo?  Um despachante aduaneiro experiente vai saber que uma importação compartilhada (um LCL), precisa de 2 cuidados importantes:

  1. as despesas ´ocultas´ que o armador ou agente de carga podem embutir,
  2. a armazenagem no destino. Esta última pode subir 400%, se não for negociada, antes de embarcar.

E acredite, estas situações acontecem todo santo dia.  Situações em que o valor da armazenagem pula de 3.500 reais para 12.000 reais, tudo isto porque alguém ´esqueceu´ de perguntar se aquele transporte LCL não tinha uma tabela de armazenagem negociada. 

E quando se pergunta, alguém vai lá e ´vincula´ aquela operação à armazenagem, e o valor passa ser bem menor.

E aí, você que está começando agora, pergunta: quem deveria me orientar para isto?  Eu respondo: o despachante aduaneiro.

Ele acompanha e executa processos similares todo santo dia, e o seu diferencial passa a ser a experiência passada para evitar problemas futuros.

E o preço que ele cobra é muito acessível perto daquilo que irá lhe entregar. 

Uma diferença, como no exemplo acima, de quase 8 mil reais faz toda diferença no seu custo, e o investimento da contratação valeu apenas com esta única dica.

Então, esqueça a ideia de fazer você mesmo o seu desembaraço.

Por mais experiência que possua com a importação, lembre-se que o seu papel é:

  1. comprar muito bem a sua mercadoria no exterior, e
  2. ter o canal de distribuição adequado para escoar a mercadoria importada, no menor tempo possível.

O ´meio de campo´ fica com o especialista (ou especialistas), ou seja, o despachante aduaneiro.

FAÇA A HABILITAÇÃO NO RADAR/SISCOMEX

Dependendo do seu estágio na jornada, deverá optar pela habilitação mais simples, a Limitada US$ 50k.

Ela requer pouca (ou nenhuma) burocracia, e o importador não precisa entregar nenhum papel, sendo solicitada e aprovada, de forma automática, pelo Portal Único.

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Para isto acontecer, basta que tenha um certificado digital eCPF, que com apenas 4 cliques e menos de 1 minuto, sua habilitação estará autorizada.

É só isto para ter um Radar/Siscomex e começar a importar?  Sim, é.

Os próximos passos serão:

  1. Cadastrar o seu representante legal (o despachante aduaneiro) no Radar;
  2. Cadastrar este despachante na Marinha Mercante (para embarques marítimos);
  3. Cadastrar o CPF deste despachante junto ao seu banco, para débito dos tributos;
  4. Assinar uma procuração com poderes específicos, para ele atuar junto aos outros intervenientes.

Esta procuração ainda é necessária, porque o cadastro oficial é feito apenas no Radar, mas há outras funções que este representante precisa fazer, e vai depender de ´provar´ que te representa.

Esta procuração segue um modelo bastante comum no mercado, e pode ser assinada digitalmente. 

COLOQUE O PEDIDO JUNTO AO FORNECEDOR

Você já sabe do que vai importar, já deve ter comprado (e recebido) a amostra e já tem conhecimento qualidade do produto.

Também já conheceu e validou o fornecedor, e já está com a empresa preparada. 

Qual o próximo passo?  Pedir uma fatura proforma.

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Este é um documento necessário e você não pode deixá-lo de fora. 

Não cometa o erro de achar que uma conversa por WhatsApp ou WeChat vai ser o seu pedido de compra, porque não vai.

Eu tenho casos verídicos, em que durante o processo aduaneiro a fiscalização exige que ´SE APRESENTE DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS DA NEGOCIAÇÃO, TAIS COMO PROFORMA INVOICE OU PURCHASE ORDER, ALÉM DO CONTRATO DE CÂMBIO E DA DEVIDA COMPROVAÇÃO DE LIQUIDAÇÃO’, para que o processo continue a sua análise.

O que a fiscalização está buscando com este tipo de exigência?

Identificar se aquele importador é realmente quem negociou a sua operação, ou se ele está apenas sendo um intermediário, ou seja, ele está sendo usado por alguém.

Este tipo de intermediação, sem que o real importador apareça, é um crime tributário chamado Interposição Fraudulenta, configurado como uma ocultação que ocorre na importação, que é proibida pela legislação aduaneira.

Voltando a necessidade da fatura proforma, são poucos os importadores pequenos que gerenciam a sua operação desta forma, desde o começo.

Como os mensageiros são comuns em qualquer situação, eles começam e terminam a sua negociação pelo celular, sem formalizar o pedido e só depois efetuar o pagamento.

E qual a minha dica para você que quer começar a importar?  Negocie pelo WhatsApp ou WeChat, mas formalize no e-mail.

Os chineses estão acostumados enviar e-mail, mas só farão se você exigir. 

Então, exija a fatura proforma por correio eletrônico, e qualquer modificação que faça, peça uma nova.

Muito burocrático, Carlos!’.

Sim, eu sei. Mas meu conselho é que mesmo assim você peça.

Eu gerencio inúmeros processos, e em muitos deles a gestão de processos interno, por parte do importador, coloca em risco a operação.

Então, com a fatura proforma em mãos, qual o próximo passo?

Aprove o pedido, dando um retorno por e-mail ao chinês, concordando com as condições comerciais, e em poucos dias, a parcela do câmbio será enviada pelo Banco.

EFETUE O PAGAMENTO DO CÂMBIO DAQUILO QUE VOCÊ IRÁ IMPORTAR

É muito comum que o pagamento da operação seja em duas parcelas: 30% no pedido, 70% da entrega da mercadoria lá no exterior.

Mas é possível, também, que haja outras formas, como: a) 100% antecipado, b) 50% antecipado e os outros 50% a prazo (depois do embarque), e por aí vai.

Aqui, vou considerar o mais comum (30/70) e as obrigações decorrentes desta modalidade.

Para começo, você precisa ter um cadastro em uma corretora de câmbio ou no seu banco, para efetuar a remessa do pagamento.

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Este cadastro costuma ser rápido, e nas corretoras, requer poucas exigências, e o processo de envio do dinheiro é muito prático.

(Você pode ter cadastro em vários bancos e corretoras, ao mesmo tempo). 

Depois de aprovado, estes serão os próximos passos a seguir:

  1. Com a fatura proforma em mãos, vai contatar a corretora para ´cotar´ o câmbio;
  2. Esta cotação vai ser diária, e você não terá muito tempo para decidir. Lembre-se que o dólar oscila muito rapidamente, e a mudança de valores também;
  3. Com as cotações em mãos, decida pela melhor, e volte para ao banco ou corretora, dizendo que concorda. Isto acontece, normalmente, por e-mail ou ferramentas especializadas (sites);
  4. Com o câmbio ´fechado´, o banco ou corretora vai lhe enviar um documento formal para envio dos recursos (em reais);
  5. Com a transferência feita para a conta indicada, em até 2 dias úteis o dinheiro estará na conta do fornecedor.

Aqui um exemplo prático para deixar as coisas mais claras.

Desejo importar, e  tenho uma proforma em mãos, de um fornecedor na China, de 10 mil dólares, e preciso pagar 30% agora para o pedido ser iniciado.

Eu entro em contato com a minha corretora de preferência, por e-mail, e digo que quero fechar aquele câmbio parcial (anexo a proforma para eles analisarem).

Em pouco tempo eles me retornarão, com um memorial de cálculo do valor que eu tenho a pagar em reais, indicando a taxa utilizada, e o que eu tenho de fazer é dar o meu SIM.

Eu respondo que concordo, e em seguida ele me devolverá um novo e-mail, contendo os dados bancários para a transferências dos reais e o prazo que tenho para concluir aquele pagamento.

Imediatamente eu faço um TED ou PIX, devolvo o comprovante, e a operação transação cambial está concluída.

Posteriormente, ele enviará o contrato de câmbio e só resta aguardar o recurso ser enviado. Em até 2 dias estará na conta do Chinês.

Dois dias depois, a corretora me enviará o comprovante da remessa, que retransmitirei ao exportador, para que o pedido já entre em produção.

Eu sei que existem outros meios de fazer esta operação, como remessas eletrônicas, cartão de crédito, paypal, mas que incidem IOF (imposto sobre operações financeiras).

Nas operações remetidas por instituições credenciadas para operarem com câmbio, este tributo é isento, havendo em alguns casos apenas uma taxa de emissão de contrato de contrato de câmbio.

CARGA PRONTA E INSPEÇÃO DA MERCADORIA QUE SE IRÁ IMPORTAR

Após o pagamento, o fornecedor pede 30 dias para entregar o seu pedido.

Enquanto isto, é preciso cuidar de outras etapas importantes:

  1. Ter um agente de carga contratado;
  2. Contratar um profissional para fazer a inspeção da mercadoria;
  3. Cuidar do licenciamento de importação para aqueles produtos que precisam.

Apesar de tudo até aqui já estar planejado, este é o momento de se colocar em prática, e se algo falhar, ter tempo para corrigir.

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A primeira coisa que indico para quem deseja importar, é que vai ser preciso contratar um agente de carga para gerenciar a sua logística internacional.

O Agente de Carga é um parceiro que cuidará de todos os trâmites para que a mercadoria seja embarcada.

Ele irá gerenciar desde a coleta na fábrica do fornecedor (para os casos necessários) até a mercadoria estar entregue no porto/aeroporto no Brasil.

Ele desenvolverá soluções logísticas que irão atender às necessidades do importador, tais como:

  1. Coordenação da Coleta;
  2. Recebimento da mercadoria;
  3. Pré-inspeção da madeira utilizada na embalagem;
  4. Armazenamento ou consolidação na origem;
  5. Coordenação junto ao armador ou cia aérea para o embarque;
  6. Emissão do conhecimento de embarque;
  7. Liberação aduaneira na origem;
  8. Acompanhamento e Follow-up da operação
  9. Confirmação da Chegada.

Esta empresa, assim como o despachante aduaneiro, tem importância ímpar em qualquer operação de importação, e a sua escolha precisa ter muito critério.

O importador precisa escolher um agente de carga que tenha experiência naquela rota, naquele tipo de operação, que ofereça apoio integral à operação com soluções tecnológicas, e principalmente, que tenha excelente referências no mercado.

E como se pode escolher um profissional com este gabarito, sem nunca ter feito uma operação?  Simples, pergunte ao seu despachante.

Sim, ele vai poder te indicar 3 ótimas opções, que normalmente ele já trabalha, e que economizará tempo e esforço para você, que já virá com a chancela ótimo prestador de serviço.

A segunda coisa importante que indico para quem deseja importar, é a contratação de uma empresa fará a inspeção da carga no fornecedor.

A inspeção da carga é uma prática muito comum em quem deseja importar, principalmente para às primeiras operações com aquele exportador.

É o seu momento de conferir a mercadoria que se deseja importar, agora com ela já pronta, e se atendem às especificações pretendidas.

Nesta inspeção da carga se avaliará aspectos, tais como:

  1. A conformidade da mercadoria a importar, de acordo com o que você solicitou no início da operação;
  2. A documentação necessária, de acordo com especificações técnicas e regulamentares;
  3. Questões como estabilidade, segurança e qualidade do produto.

Este tipo de serviço é feito por um inspetor contratado pela empresa importadora, que fará a visita no local em que a mercadoria se encontra, e agirá de acordo com as suas diretrizes.

Se necessário, a depender do que for requisitado, ele poderá aplicar testes para garantir a conformidade, mesmo que para isto seja necessário contratar um laboratório local.

A profundidade e especificidade da inspeção vai depender das características do produto e daquilo que você exigirá.

Eu acompanho algumas inspeções contratadas por clientes, em que o se procura é saber se a mercadoria existe de fato, ou se não foi aplicado um golpe pelo chinês, remetendo ‘pedra’ ao invés de produto.

Em outras palavras, em várias situações, o importador que apenas ter certeza de que a carga está lá, pronta para ser embarcada.

E quanto custa isto?  Novamente, vai depender do que você procura na inspeção. 

Algo simples, sem aplicação de testes complexos ou avaliações químicas, em torno de US$ 300 dólares + despesas de deslocamento.

Por este valor, você pode validar o seu próximo pagamento (os 70%) ou descartar de imediato e cancelar a compra, perdendo ´apenas´ 30% do que pagou.

A terceira e última coisa que indico para quem deseja importar, é averiguar a necessidade de licença de importação aqui no Brasil. 

A partir das análises administrativas que o despachante aduaneiro já fez, este será o momento de solicitar o pedido junto ao órgão anuente responsável pelo produto que se deseja importar.

Via de regra, e a depender do produto, este deferimento pode levar entre 5 e 20 dias para ser autorizado. 

Existem para situações, a possibilidade de a licença ser feita após o embarque (e antes do registro da DI). Tudo vai depender do que for exigido pela Classificação Aduaneira (a NCM).

Solicite ao seu despachante aduaneiro que dê a palavra final sobre a autorização do embarque.

OS PRÓXIMOS PASSOS DO EMBARQUE

Com o relatório de inspeção em mãos (sendo favorável ao importador), com o a resposta do despachante aduaneiro sobre a licença (ou não) de importação, e com o agente de carga já contratado, o próximo passo é pagar o restante, ou seja, os 70% do câmbio.

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A operação será a mesma que descrevi anteriormente, fazendo contato com a corretora por e-mail e pedindo cotação para o que falta pagar.

A documentação será a mesma, e em 2 dias após a quitação, o seu fornecedor estará com o dinheiro em mãos, e agora é a hora de colocar o agente de carga para trabalhar.

Ele irá atualizar a sua cotação de transporte, já que haverá documentos reais em mão.

Você deverá enviar uma instrução de embarque (veja mais sobre este documento aqui), em que constará tudo que é preciso emitir para que não haja atrasos ou multas no Brasil.

O primeiro documento que o exportador precisará enviar, será o Packing List.

O Packing List descrimina a carga que se deseja importar, e contém a quantidade de volumes, o peso bruto e líquido, os tipos de embalagens, além do local de coleta e a metragem cúbica.

E para fornecer uma cotação final, o agente de carga precisa destas informações constantes no Packing List.

Uma vez aprovada a cotação, o agente de carga entrará em contato com o seu fornecedor, para efetuar a gestão deste embarque.

Um ponto relevante que você não pode esquecer: comunicar cada passo dado até aqui ao seu despachante aduaneiro, desde a colocação do pedido lá no fornecedor até a confirmação do embarque.

É que durante este percurso ele poderá lhe assessorar em situações que evitarão atrasos ou problemas na hora de efetuar a liberação alfandegária.

Será dele, por exemplo, a responsabilidade de aprovar a documentação enviada pelo exportador e pelo agente de carga, que normalmente tem pouco menos de 24h para retorno.

Inclusive, peça auxílio para ele lhe ajudar no preenchimento da instrução de embarque, com todas as etapas necessárias para a emissão dos documentos pelo fornecedor, de forma que não contenha erros aduaneiros ou administrativos.

Voltando à cotação.  Com ela em mãos e aprovada, com a documentação de importação conferida, e a reserva de embarque já feita pelo agente de carga, o próximo passo é esperar a confirmação do embarque.

Após esta confirmação de embarque feita pelo agente de carga, a documentação original emitida e enviada pelo fornecedor, agora é esperar a chegada no Brasil.

O prazo médio, se marítimo, pode oscilar entre 40 e 60 dias para uma operação da China.  Entre 20 e 30 dias se dos EUA ou Europa.

Em uma operação aérea, o prazo é mais curto. Entre 8 e 10 dias para uma operação da China, entre 2 e 8 dias para operações dos EUA ou Europa.

Estes prazos são acompanhados pelo agente de carga, e informados através de relatórios frequentes, que chamamos de Follow-up.

FAÇA A LIBERAÇÃO ALFANDEGÁRIA NO BRASIL DAQUILO QUE VOCÊ IRÁ IMPORTAR

Agora, o ator mais importante na sua importação será o despachante aduaneiro.

Já escrevemos do porquê você deve contratá-lo para a sua importação, e agora será a hora dele mostrar o valor que irá lhe entregar.

Este profissional precisa ser notificado de cada passo daquilo que você irá importar, desde o pagamento ao fornecedor até nos follow-ups enviados pelo agente de carga.

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Não adianta você fazer tudo certo até aqui, mas esquecer de comunicar ou até mesmo abrir o processo do que você irá importar, junto ao seu despachante aduaneiro.

Na importação, nada pode ficar para depois, tudo é para ontem. Os motivos são muitos, mas chamo a atenção para apenas um deles: tempo é (muito) dinheiro.

Qualquer erro, deslize, atraso, vai custar um bom dinheiro ao importador, e o papel do despachante é evitar que isto aconteça.

Lembre-se: o que você irá importar precisa trazer lucro, e o despachante aduaneiro é o profissional que vai te ajudar nesta jornada.

O PAPEL DO DESPACHANTE ADUANEIRO NESTA ETAPA

Determine o seu papel e as suas responsabilidades contratadas desde o início, e cobre resultado.

Quais são estas obrigações? Veja as 03 mais importantes:

  1. Previsões de chegadas;
  2. Revisões documentais;
  3. Previsões financeiras.

Tudo isso deve ser feito com o máximo de antecedência possível, para que o importador não seja apanhado de surpresa.

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Quer um erro bem comum, que pode ser evitado pelo despachante? Acompanhar o envio dos documentos por parte do fornecedor, daquilo que se irá importar.

Você deve ordenar ao seu fornecedor que envie a documentação original do embarque, aquela que você listou na Instrução de Embarque, para o seu despachante aduaneiro.

Esta documentação deverá estar pronta em no máximo 2 dias após o embarque marítimo, e o seu fornecedor deverá fornecer para você o código de rastreamento do Courrier.

Jamais aceite envio de documentos por Correios oficiais, porque demoram demais.

Assim que a documentação for enviada, acompanhe a sua chegada, e em seguida peça uma nova revisão do seu despachante. 

Outro ponto relevante nesta etapa é saber exatamente a previsão de chegada, para que a documentação eletrônica aduaneira esteja preenchida e pronta para ser registrada.

Que documentação é esta? A Declaração de Importação.

Quando a carga chegar, o terminal em que ela será depositada fornecerá uma ´presença de carga´, que é a confirmação de que a carga foi armazenada.

A partir deste armazenamento, o importador já pode dar início ao Registro da Declaração de importação, que é o primeiro passo a ser dado.

No registro da Declaração de Importação, que é executada pelo seu despachante aduaneiro, o débito dos tributos é feito automaticamente na conta corrente do importador, e a depender do valor, precisa estar provisionado.

Logo, o seu despachante aduaneiro precisa enviar uma previsão de numerários com alguns dias de antecedência, para que o importador se organize financeiramente, sabendo o que irá pagar.

Com a DI registrada, o próximo passo é esperar o canal de parametrização do despacho, que falaremos no próximo tópico.

A SELEÇÃO PARAMETRIZADA NA IMPORTAÇÃO

Até o fim de 1996 não existia o Siscomex importação, e o processamento do despacho aduaneiro na importação era feito por intermédio de formulários.

Desde o registro, passando pelo pagamento dos tributos até a distribuição e análise fiscal, tudo era feito manualmente.

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A conferência aduaneira não eliminava os despachos aduaneiros mais simples, ou de empresas que já atuavam no mesmo segmento há tempos, e que representavam pouco risco aduaneiro.  Não havia distinção, todas as cargas eram fiscalizadas.

Não é preciso dizer que o tempo gasto com a liberação alfandegária era muito alto, tirando competitividade das empresas importadoras.

A partir da implantação do Siscomex Importação (Jan/1997) foi criado a seleção parametrizada do despacho aduaneiro.

Os canais de parametrização, jargão utilizado pelos profissionais da área, é uma forma de análise criada pela Receita Federal do Brasil, que filtra os processos que representam o maior risco aduaneiro, dispensando os demais do procedimento padrão de fiscalização (olhar documento e carga).

A seleção é efetuada por gerenciamento de riscos, com auxílio dos sistemas da RFB, e levará em consideração, entre outros, os seguintes elementos:

  1. Regularidade fiscal do importador;
  2. Habitualidade do importador;
  3. Natureza, volume ou valor da importação;
  4. Valor dos impostos incidentes ou que incidiriam na importação;
  5. Origem, procedência e destinação da mercadoria;
  6. Tratamento tributário;
  7. Características da mercadoria;
  8. Capacidade organizacional, operacional e econômico-financeira do importador;
  9. Ocorrências verificadas em outras operações realizadas pelo importador.

OS CANAIS DE PARAMETRIZAÇÃO DA IMPORTAÇÃO

Após o registro, a DI será submetida a análise fiscal e selecionada para um dos seguintes canais de conferência aduaneira:

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  • Verde – pelo qual o sistema registrará o desembaraço automático da mercadoria, dispensados o exame documental e a verificação da mercadoria;
  • Amarelo – pelo qual será realizado o exame documental, e, não sendo constatada irregularidade, efetuado o desembaraço aduaneiro, dispensada a verificação da mercadoria;
  • Vermelho – pelo qual a mercadoria somente será desembaraçada após a realização do exame documental e da verificação da mercadoria; e
  • Cinza – pelo qual será realizado o exame documental, a verificação da mercadoria e a aplicação de procedimento especial de controle aduaneiro, para verificar elementos indiciários de fraude, inclusive no que se refere ao preço declarado da mercadoria, conforme estabelecido em norma específica.

Os horários de parametrização mudam de acordo com os Recintos Aduaneiros em que serão processados os despachos aduaneiros.

O importador poderá consultar no Siscomex o canal para o qual foi parametrizada a DI, por meio da função Acompanhamento do Despacho do perfil Importador.

O tempo entre a análise fiscal e o efetivo canal, também varia de acordo com os Recintos Aduaneiros.

O importador precisará apresentar os documentos necessários ao despacho aduaneiro sempre que o canal selecionado for amarelovermelho ou cinza.

A EMISSÃO DA NOTA FISCAL DAQUILO QUE VOCÊ IRÁ IMPORTAR

Com a carga liberada pela Receita, o próximo passo é cuidar da sua retirada do terminal alfandegado.

Além do pagamento do ICMS, o último tributo até aqui, o importador também precisará cuidar da emissão da Nota Fiscal de Importação.

A nota é um universo paralelo, cheia de regras auxiliares, que nem todo sistema está preparado para emitir.

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Eu diria que nem todo profissional está disposto ou tem conhecimento para enfrentar esta fase, e é um momento sensível para toda a operação.

Disse anteriormente, e repito agora, que na importação não há tempo a perder. Tempo é dinheiro e a armazenagem é uma dor de cabeça enorme se não for bem gerenciada.

A ´virada de período´, momento em que o importador vai precisar pagar um adicional, custa muito dinheiro, e todos os envolvidos precisam ter ciência de que estão em uma corrida de 100 metros, e nenhum segundo pode ser dispensado.

E emitir a nota pode ser trabalhoso ou simples, a depender do preparo que os envolvidos tenham.

Eu tenho um conteúdo publicado, em que trago detalhes sobre este processo, que recomendo você ler depois (link aqui).

Se você chegou até aqui, seguindo cada passo do plano, com a nota fiscal emitida e o ICMS pago, o próximo pago é cuidar do seu carregamento.

RETIRE A MERCADORIA DO PORTO E LEVE PARA O SEU ARMAZÉM

Esta é uma etapa cheia de imprevistos, mas se bem gerenciada, não trará problemas.

Uma transportadora experiente ‘naquele terminal alfandegado’ vai fazer toda a diferença.

Em muitos lugares, é ela quem cuida da retirada, e o despachante aduaneiro só precisa enviar a documentação correta.

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Quais são estes documentos?  Veja aqui os principais:

  1. Declaração de importação
  2. Comprovante de Importação
  3. Conhecimento de Embarque Original
  4. Guia de ICMS e Comprovante de Pagamento
  5. Nota Fiscal de Importação

Aqui, o despachante é peça fundamental, e não pode cometer um erro sequer. Ele precisa juntar esta documentação e enviar ao transportador por e-mail.

Mas se tudo até aqui foi feito corretamente, e a quitação da armazenagem já foi feita, o próximo passo é agendar o carregamento e retirar.

Em alguns casos, dependendo da grade daquele terminal, é possível que haja algum contratempo, mas com uma transportadora experiente, e um despachante organizado, esta situação rapidamente vai ser contornada.

OS 2 PILARES DA COMPRA NO EXTERIOR

Para mim, comércio exterior é pautado por 2 pilares:

  1. Gestão de tempo;
  2. Gestão de processos.

Nosso direcionamento, até aqui, foi como trabalhar estes 2 pilares, e apresentamos um modelo testado e validado. E você pode seguir o que já fazemos com sucesso e colocar em prática nas suas próximas operações.

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É comum que situações inesperadas aconteçam em qualquer situação, mas com uma gestão de processo bem definida, com checklists documentais, follow-ups de acompanhamento e especialização dos profissionais envolvidos, não há como haver erros e atrasos nas suas importações.

Nem tudo são flores e importar no Brasil requer muito controle interno, pagamento de tributos que chegam facilmente aos 100%, além de variações cambiais e contingências logísticas, a depender do período do ano.

Mas isso não pode ser uma trava ao seu crescimento.  Basta você seguir o modelo certo, estar ao lado de pessoas experientes e de algo conhecimento técnico, que as suas importações terão agilidade, segurança e lucratividade.

EXISTE ALGUM MÉTODO A SER SEGUIDO?

Importar, para muitos, é uma caixa de surpresa, em que no fim sempre haverá uma multa ou um atraso.

Não é possível negar que a importação no Brasil é complexa, cheia de regras e procedimentos, que há multa para qualquer erro.

Porém, existe um modelo consolidado, que se você seguir, evitará boa parte das dores de cabeça comum.

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E este modelo é acessível a importadores de todos os ramos e tamanhos. Não é um segredo guardado a 7 chaves, que apenas as grandes empresas possuem acesso.

Foi pensando nisso que criei o Importação Sem Segredos (Do Zero ao Seu Armazém), um método passo a passo, que vai te permitir importar com segurança, trazendo agilidade e aumento da lucratividade.

Este treinamento tem uma estrutura validada que simplifica 80% do seu trabalho com a importação, tornando-a simples e segura, independente do seu nível de conhecimento.

É um guia prático, direcionado para micro, pequenos e médio empreendedores aprenderem a importar produtos, com facilidade e segurança.

Se você não importa porque sente medo das multas ou atrasos que os erros podem gerar, este treinamento vai facilitar a sua vida, com um método pronto, validado, que você vai colocar em prática em pouquíssimo tempo.

Se você quer conhecer mais sobre este conteúdo, eu preparei uma página específica, com todas as informações necessárias, e o investimento cobrado. Este é o link ⤵️

www.importacaosemsegredos.com.br

Bem, eu fico por aqui.

Se você quiser continuar recebendo estes e outros conteúdos, eu te convido a me seguir nas redes sociais:

Nessas duas redes eu faço postagens diárias, com os bastidores da importação, mostrando como as operações acontecem na prática, sem tarja preta, sem esconder nenhum procedimento, e com isso te ajudar a ter sucesso e aumentar a sua lucratividade.

É conteúdo de Mentoria, só que de graça.

Carlos Araújo

➡️ Autor do Livro Importação Sem Segredos, do Zero ao Seu Armazém
➡️ Empresário, despachante aduaneiro e especialista em importação empresarial.
➡️ São mais de 19 anos ajudando e inspirando pequenos e médios empresários, a importar de qualquer lugar do mundo para revender
➡️ Sua missão é simplificar os passos da importação empresarial, cortando os intermediários e aumentando os lucros
➡️ Criador da Mentoria Nos Bastidores da Importação, em que ajuda empresários a dar os primeiros passos na importação

Analista de Importação Profissional

1 comentário

  • Parabéns pelo texto Carlos.
    Estou conversando com um amigo na Bolívia e talvez em futuro próximo necessite dos serviços de um despachante aduaneiro e, certamente, lhe consultarei.
    Obrigado.

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