E lá vamos nós, conforme expressão da bruxa, num antiquíssimo desenho animado do Pica-Pau “A vassoura da bruxa”. Assim, cá estamos nós, novamente, comprando uma boa briga. Depois do nosso artigo sobre o VGM (Verified Mass Gross), da IMO (International Maritime Organization), por meio da sua convenção Solas (Safety of Life at Sea), agora vamos falar de outro problema que está ocorrendo no momento. É a questão do escaneamento de containers na exportação e importação. Que muitos já querem paralisar o modelo atual.
O escaneamento de containers é uma operação que já vem ocorrendo em nossos portos há cerca de três anos. Mas, agora, talvez até em face do acúmulo com o VGM, começaram as reclamações. O motivo alegado, pelo que se pode depreender, é o custo elevado, que parece variar de pouco menos de R$ 200,00 até o dobro para alguns casos.
O Brasil e os brasileiros continuam os mesmos. A vida inteira somos aqueles que nunca olham para a cena mais importante. Sempre atentos à cena acessória, a miúda, aquela que não leva a nada. Desde sempre somos os mesmos, para quem o comércio exterior nada representa. É olhado apenas como uma venda a mais. O país nunca explorou o comércio exterior como costumamos vê-lo em nossos livros, artigos, cursos, palestras. E que passamos a nossos leitores e ouvintes.
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O comércio exterior precisa ser visto como a face mais importante do desenvolvimento de um país. Quando se faz comércio exterior, se tem a chance de ampliar drasticamente consumidores e fornecedores. Na exportação, passamos de milhões para bilhões de seres humanos consumidores. Na importação ganhamos muitos fornecedores adicionais.
Todos os países que perceberam isso passaram a uma condição melhor. Desenvolveram-se, aumentaram o Produto Interno Bruto (PIB), sua renda per capita etc. O Japão, depois a Coreia, posteriormente a China são os melhores exemplos das últimas décadas. E a Índia está prestes a nos provar isso uma vez mais. E nós continuamos empacados.
Somente o Brasil não percebeu isso ainda, ficando eternamente conformado com média histórica de 1% do comércio exterior mundial. E caminhando, agora, celeremente, para 0,9% neste ano. Assim, vemos o escaneamento de containers, como o VGM, tratado como mais uma dessas situações de descaso com o comércio exterior.
E, como já dissemos, sempre pegando o bonde errado. Atacando o problema indevido. Desta feita, uma vez mais, o custo dessa operação de escaneamento.
Os problemas brasileiros são tantos, tão grandes, e nunca se pensa em fazer nada contra isso. Como se o que está estabelecido fosse imutável, sagrado, contra o qual não se deve lutar. E, apenas para relembrar, para judiarmos do piano, batendo sempre nas mesmas teclas, temos os mais altos juros e carga tributária da Via Láctea. Uma das mais baixas competitividades mundiais. Somos dos piores países para se fazer negócio. Também, o grande acampamento da farta incompetência da Receita Federal do Brasil nos despachos aduaneiros – para não entrarmos em outras áreas dela.
O gosto dos nossos homens de negócios é tentar sempre parar o que foi iniciado, ou interromper tentativas de melhorias. O passado tudo bem, é passado, não importa o que prejudique.
Portanto, vamos atacar os problemas conhecidos. Aqueles que realmente atrapalham, atravancam o progresso brasileiro e não aqueles criados para melhorarmos.
E o VGM e o escaneamento, ambos relativos a containers, estão vindo para melhorias. O escaneamento é uma necessidade. Através das décadas temos lido e ouvido sobre as péssimas práticas de muitos exportadores e importadores. Que, naturalmente, resvalam ou atingem em cheio os bons, aqueles que fazem direito.
Em nossos primeiros meses de comércio exterior, na longínqua década de 1970, ficamos espantados com uma quadrilha desbaratada. Era composta de exportadores e autoridades, com exportação de determinados produtos de razoáveis valores, mas enviando, em realidade, se não nos falha a memória, areia. Tudo para receber do governo o crédito prêmio do IPI que existia na época. As coisas não mudaram muito. Talvez tenham piorado pelo que se lê de quando em quando.
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Assim, todo cuidado é pouco. O escaneamento de containers, assim como de qualquer carga geral se for possível, deve ser realizado. Temos que fazer um comércio exterior exemplar, ou o melhor possível.
E, se isso ocorrer, é possível que os controles sejam relaxados, tornem-se normais, e o despacho brasileiro melhore, reduza seu tempo. Aumenta nossa possibilidade de entrar para um mundo um pouco mais desenvolvido, se todos colaborarem.
Assim, o que temos que fazer é apoiar toda iniciativa que venha para melhorar os procedimentos e para que as coisas andem de forma normal. E esse é o caso do VGM e do escaneamento de containers.
Cresça Brasil!
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