Passados nove meses após o anúncio de que o ES teria um super porto destinado à movimentação de contêineres em águas profundas, este assunto volta à pauta do comércio exterior capixaba. Na ocasião do anúncio, foi dito que quando implantado, este terminal daria ao Estado a capacidade de receber navios cargueiros de maior capacidade ao que se tem hoje.
Agora, fala-se que este novo terminal será o maior do País, atendendo, inclusive, a toda a América do Sul. Segundo a SEDEC (Secretaria de Desenvolvimento da Cidade de Vitória), será possível movimentar mais de 1,2 milhões de teus (sigla utilizada para indicar unidade equivalente de 20’) por ano. Considerando os números atuais, o volume será multiplicado por quatro.
Ainda segundo estimativas da SEDEC, seria possível receber navios de mais de 13.500 teus, algo bastante inovador para os padrões do comércio exterior brasileiro.
Não se discute que o estado capixaba necessita ampliar, e muito, sua oferta de serviços logísticos. O único porto que operar contêiner no estado já passou do seu limite operacional, a prestação de serviços é péssima e seus canais de acessos são limitados e precários. Esta construção, sem dúvida, aumentaria a geração de renda e emprego.
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Porém, muita coisa ainda não está bem explicada. A forma chegada da carga ao terminal e o escoamento das mercadorias ainda é uma incógnita.
Há o acesso público, construído pela extinta Portobrás quando da construção do porto de Praia Mole e que poderia ser um ótimo meio de escoamento. E este tem um traçado que passa entre os limites das áreas dessas duas empresas, ligando o porto (super porto) à rodovia BR-101, independente das empresas Vale e Arcellor-Mittal.
Entretanto, um novo porto público, operando entre as duas maiores exportadoras do país em seus segmentos, não poderia gerar algum conflito de interesse? Será que somente o acesso público já construído pela antiga estatal dos portos será suficiente?
A proposta de ter um grande Terminal Público de Contêiner no ES é positiva e certamente ajudaria a consolidar o estado no segmento de serviços portuários. Porém, a nosso ver, ainda não se discutiu todas as variáveis de um investimento tão grande e que terá impactos profundos na economia local.
SEM DUVIDA A AMPLIAÇÃO DO NOSSO SISTEMA PORTUÁRIO, DEVE SER TEMA DE DISCURSÃO NO MEIO POLITICO, EMPRESARIAL E ACADÊMICO.
TODAS VARIÁVEIS A RESPEITO DEVE SER DISCUTIDA, POIS O ESTADO DO ESPIRITO SANTO TEM POTENCIAL ECONÔMICO E RECURSOS NATURAIS PARA SER UM DOS MELHORES PORTOS DO BRASIL
BASTA A BOA VONTADE E HONESTIDADE DE NOSSOS POLÍTICOS PARA QUE SE CONCRETIZE ESSE SONHO